Você está aqui: Início Últimas Notícias Projeto Memória Oral ouve relatos sobre Movimento de Anistia no Ceará
Nildes Alencar destacou a significância de um movimento nascido no período forte da ditadura e de repressão e ressaltou as dificuldades encontradas para a realização dos encontros.
“É importante mostrarmos historicamente que as coisas não eram simples naquela época, muito pelo contrário, porque éramos poucas mulheres enfrentando um conceito mantido e implantado pela ditadura, enfrentando limitações financeiras, de espaços para os encontros e com a Polícia Federal acompanhando todos os nossos passos”, relatou Nildes Alencar.
Ainda para a presidente do MFPA/CE, “as integrantes do movimento não tinham ideologias partidárias, mas tinham irmãos mortos, banidos e presos, e só queriam a paz no País, o que não foi fácil de alcançar”.
Josenilde Cunha apresentou, durante o seu relato, o convite do primeiro encontro do MFPA/CE em Fortaleza, realizado no dia 15 de março de 1975, com a presença da fundadora e líder do Movimento Feminino pela Anistia, Therezinha Zerbini.
“Foi a primeira atividade do grupo de anistia em Fortaleza, e foi um momento muito importante, porque marcou o início do movimento feminino pela anistia e o surgimento de um olhar diferenciado para a questão, com um pouco de esperança de que iríamos fazer alguma coisa, então nos agarramos com unhas e dentes a esse movimento”, relatou Josenilde Cunha.
O encontro “Memória Oral por Verdade e Justiça” acontece todas as quintas-feiras, no Auditório Murilo Aguiar da Assembleia Legislativa, a partir das 8h, com a mediação do jornalista Paulo Verlaine.
Durante os encontros, são debatidos temas e colhidos depoimentos de pessoas que tenham sido protagonistas dos acontecimentos, contemplando os diversos períodos da ditadura, movimentos e áreas de atuação. Ao final, será produzido um documentário com o objetivo de resgatar e registrar os fatos ocorridos durante a Ditadura Militar, constituindo-se num documento para as próximas gerações.
RG/CG