Conforme explicou Carlos Matos, uma das palestras que de desatacaram foi a do especialista israelense Fredi Lockie, consultor da empresa Sorek Desalination, de Israel. O técnico, na oportunidade, revelou que cerca de 80% do consumo de água no país do Oriente Médio é proveniente da dessalinização, a um custo semelhante ao da água que virá da transposição do rio São Francisco.
“Essa água pode ser dessalinizada a um custo zero para o Estado. Em Israel, foi feita uma licitação e a empresa que ofereceu o menor custo da água ganhou a concessão, por 30 anos”, disse Carlos Matos, defendendo o modelo para ser implantado no Ceará.
O deputado disse que o abastecimento é tratado como tema estratégico desde 1987, quando Tasso Jereissati assumiu o governo do Estado pela primeira vez. “Mas qualquer que seja o governante, a água deve ser prioridade. Sem água, não haveria desenvolvimento. Ele revelou que investiu-se US$ 1 bilhão desde 1986, e foi dobrada a capacidade de armazenamento, passando de 9 para 18 bilhões de metros cúbicos.
Na avaliação de Carlos Matos, o Governo Federal está cometendo grave erro ao colocar a transposição sob a administração da Codevaf, porque vai faltar recursos. “Deveria haver uma transferência para a Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), que tem recursos em caixa”, disse.
O parlamentar afirmou ainda que cerca de R$ 1,5 bilhão são gastos por ano, em carros pipas. “Isso precisa ser atacado. A transposição foi discutida com muito ardor e empenho. Esperamos que essa obra seja concluída”, disse. Ele avaliou que ainda não há certeza se será finalizada este ano esse ano. “Estamos muito aquém do que deveria estar”, opinou.
Carlos Matos avisou ainda que o Governo do Ceará não aderiu ao programa federal do Samu, desperdiçando recursos federais. “Quero que o Governo do Ceará se pronuncie”, pediu.
Em aparte, a deputada Fernanda Pessoa (PSDB) considerou que é possível ter água no semiárido, dependendo apenas de boa vontade. “Conheci, em Dubai, uma empresa de dessalinização, que faz esse trabalho há anos. Temos muitos mais recursos hídricos. Meu pai, quando foi deputado estadual, já lutava pela transposição, há 27 anos, mas a indústria da seca ainda é muito presente”, completou.
JS/PN