Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas avaliam que Ceará não está preparado para mais um ano de seca
Na avaliação do líder do Governo na Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), o Governo do Ceará tem tratado a questão do abastecimento de água com o cuidado que o cenário exige. Ele entende que o Executivo está investindo fortemente em obras de recursos hídricos, como a construção de adutoras e a perfuração de poços.
“Além disso, estamos conscientizando a população de Fortaleza e Região Metropolitana sobre a necessidade de economizar água, inclusive sobretaxando quem consome excessivamente. Porém, se a estiagem persistir, enfrentaremos muitas dificuldades, o que sobressai a importância de obras como a transposição do rio São Francisco, que precisam ser avançadas”, ressalta Evandro Leitão.
Para a presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, deputada Dra. Silvana (PMDB), o Governo do Estado não vem tomando as medidas necessárias de convivência com a estiagem, além de incentivar a adoção de políticas públicas ambientais que ela considera questionáveis.
“O Executivo tem apresentado propostas que tratam de isenções fiscais para a construção de termelétricas, que gastam água de forma descabida e ameaçam a própria vida, em momento em que deveríamos falar de racionamento de água, e não de desperdício”, lamenta a parlamentar.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) lembra que, desde o início do governo de Cid Gomes, já se anunciava, por meio de indicadores, a chegada de um período de seca na região, e o Governo não se preparou com ações preventivas.
“Infelizmente, essa falta de ação tem se repetido na gestão de Camilo Santana, e, se formos enfrentar mais um período de seca, como está previsto, teremos um êxodo rural muito grande, porque o Governo tem invertido prioridades, o que resultou em uma situação caótica de abastecimento hídrico”, critica Ely Aguiar.
Já o deputado Roberto Mesquita (PSD) avalia que as medidas adotadas pelo Governo do Estado para a convivência com a estiagem são praticamente inexistentes. Para ele, a quantidade de poços profundos perfurados é muito pequena diante da necessidade.
“Lembro que, no primeiro ano de gestão do (governador) Camilo, ele veio a esta Casa e disse que iria atacar três problemas centrais do Estado, relacionados à seca, saúde e segurança. Mas, desde então, temos visto muito discurso e pouca prática”, afirma Mesquita.
A professora Marta Celina Linhares, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), avalia que o mais preocupantes é a falta de conscientização sobre o uso racional da água, mais ainda do que a ausência de medidas de convivência com a seca.
“Realmente é bastante preocupante a situação dos reservatórios que estão operando abaixo de suas capacidades, mas não entendo que essa situação ou a falta de uma boa infraestrutura hídrica sejam os principais agravantes”, afirma a professora.
Ainda de acordo com ela, em um momento de colapso hídrico, como o atual, deve ser priorizado o abastecimento humano, sendo a redução do consumo de água algo essencial, a ser estimulado.
RG/GS