Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas apontam demandas do isolamento como desafios para a mulher na pandemia
Dos participantes, 38% apontaram que a principal questão seria conciliar trabalho remoto com os afazeres domésticos e a educação dos filhos. Também outros 38% consideraram que é conviver com o aumento da violência doméstica por causa do confinamento.
Já 24% dos internautas assinalaram como o principal desafio ter que se reinventar para garantir o sustento devido ao fechamento de postos de trabalho.
A deputada Fernanda Pessoa (PSDB) diz que a pandemia impactou bastante a rotina das mulheres, com consequência nas suas relações familiares, sociais, bem como na sua saúde emocional. “As mulheres vêm enfrentando uma sobrecarga de trabalho ainda maior durante este período, vivendo complexas situações para conciliar o trabalho, a família e o isolamento”, salienta a parlamentar.
A deputada Aderlânia Noronha (SD) avalia que, ao longo da história, a mulher sempre teve que exercer diferentes tarefas e funções, sendo encarregadas muitas vezes de jornadas duplas de trabalho.
Nesse sentido, a parlamentar observa que, durante a pandemia, ficou escancarada a vulnerabilidade feminina no mercado de trabalho.
Ela comenta que, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, os homens tiveram um saldo positivo de 10.063 postos de trabalho, de março a dezembro de 2020 no Ceará, enquanto as mulheres perderam 1.054 empregos no mesmo período.
“Considerando 2020 como um todo, 15.989 postos de trabalho foram criados para homens e 2.557 para mulheres no Estado. Nacionalmente, a diferença é mais alarmante, já que 230.294 mil empregos foram gerados para os homens e 87.604 postos de trabalho foram fechados para mulheres”, destaca Aderlânia Noronha.
Já o deputado Renato Roseno (Psol) sinaliza que, em um contexto de pandemia, é muito importante reforçar a rede de proteção às mulheres, já que elas são impactadas de diferentes formas pela crise sanitária em curso.
“O Ceará vive um aumento preocupante dos índices de violência doméstica e homicídios de mulheres no Estado. Sendo assim, é importante seguir com o acompanhamento do orçamento público e das políticas voltadas para a prevenção e o atendimento de casos de violência contra as mulheres”, ressalta o parlamentar.
Para o sociólogo Eduardo Neto Moreira, as mulheres compõem um dos agrupamentos sociais com maiores dificuldades enfrentadas durante esse período de pandemia.
De acordo com ele, hoje em torno de 50% a 55% dos lares no Brasil é mantido por mulheres. E, além de prover os quesitos financeiros, ainda precisam cuidar da casa, dos filhos, da família, estudar, trabalhar, dentre outras tarefas. “Elas precisam assumir um conjunto de responsabilidades impostas pela sociedade, o que acarreta a esse grupo um enorme desafio”, acrescenta.
Ainda para o sociólogo, a maior presença das crianças em casa, devido às restrições de ensino, aumenta a responsabilidade das mães com as tarefas escolares dos seus filhos. “Se antes as crianças ficavam na escola pelo menos um período, fazendo com que essa tarefa da educação fosse dividida com a escola, hoje é algo exclusivo da família, principalmente com as mães, que, na maioria dos lares, são as responsáveis por acompanhar a educação dos filhos”, pontua Eduardo Neto Moreira.
RG/AT