A maioria dos participantes (84%) acredita que a data é importante para chamar atenção da sociedade para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), reduzir o preconceito contra os indivíduos que apresentam o TEA, além de mobilizar a sociedade para a criação de políticas de assistência às pessoas autistas. Já outros16%, concordam em parte, e sinalizam como data necessária para diminuir o preconceito social.
O deputado Renato Roseno (Psol) assinala que o Brasil ainda é formado por uma sociedade capacitista. “O capacitismo é uma forma de preconceito contra pessoas com alguma deficiência, desvalorizando e desumanizando esses cidadãos”, disse.
O Transtorno do Espectro do Autismo é uma expressão singular que ainda é cercada por preconceitos e desconhecimento, de acordo com o parlamentar. “O dia de consciência é uma data importante para quebrar tais preconceitos e também exigir investimentos em políticas adequadas às pessoas com deficiência. Lembremos que no Ceará quase 25% da população são pessoas com deficiência”, assinalou.
Para a deputada Fernanda Pessoa (PSDB), além de buscar conscientizar as pessoas acerca do preconceito, a data também procura informar sobre o espectro para que a sociedade possa conhecer melhor o que é o transtorno. “Quando conhecemos o que é o autismo fica mais fácil de trabalhar e buscar criação e fortalecimento de políticas públicas”, ressalta. A parlamentar alerta ainda sobre a necessidade de acompanhar pessoas com espectro autista a vida inteira, não apenas quando criança. “Existem políticas públicas que precisam ser fortalecidas para proteger e desenvolver essas pessoas e isso deve ser por toda a vida. Pessoas adultas também precisam de assistência e a sociedade deve se conscientizar para incluir, cada vez mais, esses cidadãos”, acrescenta.
Especialista em Gestão em Saúde pela Fiocruz e coordenador do Projeto Mundo Azul da Assembleia Legislativa, que atende crianças com TEA e suas famílias através de uma equipe multidisciplinar, o enfermeiro Bráulio Teixeira explica que a data mundial do autismo é de grande importância fortalecer as políticas públicas existentes, conscientizar a sociedade e incluir as pessoas com espectro e suas famílias.
“Atualmente existe a lei 12.764/12, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e concede os direitos legais também de uma pessoa com deficiência”, salienta o enfermeiro, também residente em Saúde da Família e Comunidade pela Escola de Saúde Pública do Ceará,
Bráulio Teixeira lembra ainda das Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. “Todas as políticas de atenção a pessoas com espectro são bem atuais. Foram direitos conquistados recentemente e é de suma importância fortalecer esses direitos junto à sociedade”, reitera.
Uma equipe multidisciplinar, segundo o enfermeiro, é responsável pelos cuidados da pessoa com TEA e quanto mais informações a sociedade tiver melhor para reconhecer os primeiros sintomas. “É importante incluir também as famílias. Prestar atendimento para a família como um todo e responder diversas dúvidas e necessidades que surgem com o diagnóstico”, assinala.
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