Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas são contrários a cortes em instituições federais de ensino
A maioria considerou que a educação deve ser prioridade e que a decisão do Governo Federal pode comprometer a formação profissional, bem como o desenvolvimento da pesquisa e da ciência.
Outros 23% dos que responderam a enquete concordam com os cortes, com o argumento de que a economia do País passa por dificuldades e o contingenciamento dos recursos ocorre em todas as pastas.
Para a deputada Fernanda Pessoa (PSDB), o resultado da enquete mostra que “a maioria é contra o regresso na educação.” A parlamentar endossou o prejuízo do contingenciamento. Na avaliação dela, o corte de verbas para instituições federais de ensino irá comprometer a formação profissional dos brasileiros. “Sou contra os cortes, pois precisamos investir e priorizar a educação, pois é através dela que podemos avançar em vários aspectos”, observou.
O deputado Delegado Cavalcante (PSL) diz que o resultado retrata o medo da população em perder recursos, mas esclarece que não é isso que ocorre no momento. Segundo ele, trata-se de um contingenciamento, uma medida comum a todos os governos desde a redemocratização. “O Governo Bolsonaro tem que respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e, devido à baixa arrecadação, todos os ministérios precisam bloquear despesas”, pondera. No caso da educação, informa o parlamentar, o gasto médio com as despesas discricionárias é de 25% até o momento, o que revela um percentual de 45% que pode ser utilizado. Delegado Cavalcante destaca, no entanto, que todos os valores para pagar salários e bolsas de estudos estão garantidos.
O professor adjunto do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), coordenador do programa de Pós-Graduação em Sociologia, Fábio Gentile, acompanha a opinião dos internautas que participaram da enquete. “Revela uma preocupação compartilhada por mim também. O desenvolvimento do País precisa de maiores investimentos na área da educação e da pesquisa”, avaliou.
Para ele, os cortes levarão o País para uma maior dependência dos países que investem na educação como motor do desenvolvimento. “Se o Brasil não vai ter investimentos em pesquisa em todos os setores da educação, áreas exatas e humanas, nunca vai reduzir o gap (lacuna, em inglês) com os países mais desenvolvidos, que investem bastante na educação e na pesquisa”, argumenta. O docente cita países como Estados Unidos, Austrália e Inglaterra, que sempre apostaram na formação de pessoal de alto nível cultural e na pesquisa científica para se desenvolver.
No caso do Brasil, conforme Fábio Gentile, o perigo é formar novas gerações de "técnicos" sem capacidade de análise, que vão ser instruídos para utilizar tecnologia importada dos países mais desenvolvidos.
LS/LF