Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas defendem punição ao tráfico e tratamento para dependentes químicos
Indagados se as penalidades por tráfico de crack devem ser ampliadas, apenas 3,4% consideraram a medida desnecessária diante da legislação já existente. Outros 26,4% acreditam que as penas devem ser ampliadas tendo em vista o elevado potencial de dependência e danos ao organismo, além de ter ligação direta com a elevada onda de criminalidade.
Para o pesquisador do Laboratório de Estudos da Conflitualidade e da Violência da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Geovani Jacó, o crack modificou a feição do crime no Ceará. “Aumentaram os de baixo potencial ofensivo e todas as regras e códigos particulares de respeito mútuo que existiam foram postas em risco. Ele está em todas as classes sociais, mas se dá muito nos segmentos de maior vulnerabilidade”, avalia.
Presidente da Comissão da Infância e Adolescência da AL, a deputada Bethrose (PRP) reforça a tese da maioria dos internautas. “Punir mais não vai reduzir o tráfico. Temos é que aumentar as políticas públicas de prevenção, tratamento e reinserção. A repressão estaria no último patamar. É preciso acompanhar de perto, em especial nossas crianças e jovens”, sugere.
O representante do Nordeste no Fórum Permanente de Segurança Pública e presidente da Comissão de Defesa Social da Assembleia, deputado Delegado Cavalcante (PDT), defende maior autonomia dos legislativos estaduais quanto à criação de leis no campo da segurança (muitas vezes restritas ao Congresso). E maior integração entre as polícias Militar, Civil e Federal.
O deputado Roberto Mesquita (PV) acredita que o crack está prestes a alcançar o status de “epidemia”. Ele cita levantamento da Central Única das Favelas (Cufa) que indica mais de 100 mil usuários da droga só no Ceará. “E nós não vemos uma ação do Estado para conseguir convênio com o Governo Federal e erradicar o crack. Essa é uma epidemia que temos que controlar. Senão, seremos prisioneiros em nossas casas”, pontua.
Para a deputada Patrícia Saboya (PDT), apenas prender ou aumentar penas não é a saída. “Essa política a gente já viu que não tem efeito. É preciso criar programas que entendam as necessidades dessa garotada que, muitas vezes, vai para a rua e encontra no crack o maior consolo para uma vida miserável. No momento em que os governantes perceberem que os sonhos desses meninos que estão na rua são os mesmos sonhos dos filhos da classe média, vamos viver num país melhor. Não é só prendendo. É criando oportunidades com escolas boas e em tempo integral, cultura, lazer, arte...”, pontuou.
BC/AT