A deputada Fernanda Pessoa (PR) observa que a enquete reflete a realidade econômica do Brasil. “Além da crise, tem a alta da inflação e o aumento de preços de determinados produtos previstos para 2016”, assinalou. A parlamentar se refere à elevação da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 25% para 28% em bebidas alcoólicas, gasolina, ultraleves, asa-delta, armas de fogo, fumo, cigarro e prestação de serviços de comunicação, proposta pelo Governo do Estado. “O que vemos é a certeza de que o rumo da economia precisa ser corrigido", pondera.
Para o deputado Professor Teodoro (PSD), a consulta do portal da Assembleia revela o endividamento da família brasileira. Também evidencia o caráter da população, que se preocupa em pagar suas dívidas, tendo em vista que quase 50% dos entrevistados se inclinam a quitar o que está atrasado e manter o nome limpo.
“Ao mesmo tempo, outro grande percentual (cerca de 36%) se mostra prudente em guardar o dinheiro do 13º para fazer frente às despesas de início do ano, geralmente acrescidas com matrículas e material escolar dos filhos. Felizes aqueles que, sem essa preocupação, vão às compras natalinas”, diz.
Na avaliação do economista e professor de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Henrique Félix, o resultado da enquete mostra que os indivíduos e as famílias estão endividados e acreditam que não suportarão adiar os pagamentos das dívidas e arcar com juros ainda maiores para saldá-las. “As incertezas em relação a renda, emprego, inflação e crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), informações hoje disponíveis em todas as mídias, geram apreensões que conduzem as pessoas a serem mais cautelosas”, assinala.
Henrique Félix aconselha os consumidores a manter uma atitude cautelosa, evitando consumir além de sua capacidade financeira. “Ter o dinheiro para pagar à vista é sempre melhor e, às vezes, permite barganhas favoráveis aos compradores”, afirma. Para o economista, melhor evitar o cheque especial e o crédito rotativo do cartão, pois são os grandes vilões do endividamento, em razão dos juros altos.
O economista sugere uma reserva de dinheiro para despesas do início de 2016, como matrícula, material escolar e impostos. “Férias/viagens requerem planejamento financeiro com bastante antecedência e inteligência, tanto para os destinos internos como externos”, acrescenta.
LS/AT