Para o deputado Ely Aguiar (PSDC), jornalista e apresentador de programa policial, as três respostas da enquete se completam. Para ele, o principal problema da violência registrada nos estádios e no entorno das praças esportivas é a lei excessivamente branda, que favorece os infratores em detrimento do restante da população.

“Na Europa, um indivíduo atirou uma banana, em um ato antidesportivo e racista, e foi punido com a banição perpétua dos estádios. Aqui, atira-se bomba de fabricação caseira e não acontece nada. Esse bandido disfarçado de torcedor continua frequentando os estádios, como se nada tivesse acontecido”, disse Ely Aguiar.

O deputado Fernando Hugo (SDD) considera que os estádios de futebol transformaram-se, nos últimos 20 anos, em arenas de lutas.”É costumeiro assistir conflitos entre torcidas, de grandes proporções, quando não ocorrem mortes. Fora dos estádios, o pânico assola, pela completa falta de respeito à cidadania”.

O parlamentar defende ainda um maior contingente policial nos eventos esportivos, com maior repressão, para “controle dos bárbaros que se digladiam e destroem patrimônios público e privado”.

O professor Leonardo Sá, do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará, lembrou que o fenômeno de violência nos estádios de futebol não é exclusivo do País, tendo, inclusive, propagado-se com bastante intensidade em países da Europa considerados desenvolvidos. Ele observou que, em 1985, no final da Copa dos Campeões, 38 torcedores foram mortos no jogo entre Liverpool, da Inglaterra, e Juventus, da Itália. Em 2006, durante a Copa da Alemanha, ingleses e alemães promoveram distúrbios em grande escala, conforme explicou.

Para combater essa violência específica, Sá esclareceu que o Governo do Reino Unido se comprometeu com ações de combate à violência, com resultados positivos. Entre as medidas apontadas, houve a proibição de todos os torcedores identificados com atos violentos de irem aos estádios, por toda a vida; a proibição de uso de armas e bebidas durante os jogos e a infiltração de policiais nas torcidas, para que os infratores fossem identificados.
JS/CG