Para o parlamentar, diante dos sucessivos aumentos do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, que são enaltecidos pelo Governo do Estado a cada ano, esperava-se que a miséria e a pobreza da população cearense não ficassem tão evidenciadas como nesse episódio.
“Nós vemos ali seres humanos em forma de bichos, de animais irracionais, porque quando se come uma comida do lixo está simbolizada a mais profunda necessidade e a mais profunda pobreza. Enquanto cearenses, manchetes como essa nos entristecem e nos envergonham”, afirmou Heitor Férrer.
Ainda de acordo com ele, “a felicidade interna bruta, conhecida como FIB, é um mensurador de como as pessoas estão felizes ou não”, e esse medidor não está acompanhando o progresso do PIB no Ceará. “Se o PIB de um Estado cresce, isso é motivo de alegria para um povo. Mas isso não acontece quando a pobreza e a violência crescem juntas”, salientou.
Heitor Férrer considerou ainda que o projeto orçamentário é o retrato anual de um Estado na medida em que prevê os investimentos e as necessidades prioritárias, mas que no Ceará ele não tem refletido as reais carências da população. “O orçamento é a cara do Governo, e a cara desse Governo é de manter o status quo da pobreza e da miséria do povo cearense”, criticou.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) considerou que a miséria e a fome são as maiores chagas do estado do Ceará. “Ser o terceiro estado mais pobre do País é muito ruim. É bom aumentar o PIB, mas não há o que festejar se a miséria e a fome também aumentam”, lamentou.
Para o líder do Governo na Casa, deputado Júlio César Filho (Cidadania), o episódio das pessoas procurando comida no lixo é muito sensível e “deixa todos com a alma triste”. Ele assinalou, porém, que as dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19 fez a miséria aumentar em todo o mundo.
“Precisamos reconhecer os esforços feitos para diminuir a miséria no Ceará, com a adoção de várias ações e políticas públicas permanentes nesse sentido”, pontuou Júlio César Filho.
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