Segundo o parlamentar, serão realizadas 20 mil cirurgias no sistema público e 10 mil no sistema privado filantrópico. “Isso mostra que a Secretaria da Saúde do Estado deixa, muitas vezes, não apenas o aparato público estadual à disposição do povo cearense, mas passa a adquirir, no sistema privado, 10 mil procedimentos que irão beneficiar os cearenses”, destacou.

A transparência do processo, que conta com um aplicativo, oficializado hoje pelos técnicos da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), no qual qualquer cidadão cearense poderá acompanhar as filas das cirurgias eletivas em todo o estado do Ceará, também foi enfatizada pelo deputado.

“Um paciente que está esperando um procedimento vai no Saúde Digital e faz seu cadastramento. Objetivando isso, a Secretaria da Saúde está unificando todas as informações para identificar que aquele paciente está à espera de procedimento cirúrgico. Após a unificação da informação, ele é encaminhado para os exames laboratoriais. Com os resultados dos exames, na mesma plataforma digital, ele consegue confirmar o procedimento cirúrgico e já sai de lá com dia, horário, tudo certinho para que ele possa acompanhar”, explicou.

Marcos Sobreira salientou que o acúmulo de cirurgias eletivas é um problema não só no Ceará, mas no mundo inteiro. Ele também informou que o Hospital Leonardo da Vinci realizou, no último mês, 700 procedimentos eletivos. “A determinação é que, a partir de novembro, a gente consiga realizar, só no Leonardo da Vinci, mil cirurgias eletivas por mês. Não é nada fácil, mas, com o trabalho, a determinação e o pioneirismo do Estado, não tenho dúvidas de que vamos conseguir vencer e zerar a fila de cirurgias eletivas no Ceará”, acentuou.

Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PL) demonstrou preocupação com a judicialização e a burocracia, que, segundo ela, muitas vezes impedem que os gestores operem as pessoas que estão aptas para a cirurgia. “Ainda existe um livrinho dos residentes de filas e filas de pessoas que eles têm ali, que eles acompanham no dia a dia. Não é aquele paciente com tumor cerebral que já morreu há muito tempo por conta da espera de uma fila judicializada não”, pontuou. Ela pediu ainda a presença do secretário da Saúde do Estado, Marcos Gadelha, para explicar como, de fato, vai funcionar o programa.

O deputado Júlio César Filho (Cidadania) anunciou o projeto 140/2021, que trata da instituição do programa Cuidar Melhor da Saúde. A proposta é de autoria do Poder Executivo e está em tramitação na Assembleia Legislativa. “O programa aumenta de 5% para 15% os recursos do ICMS destinados aos municípios, com base em critérios como a diminuição da mortalidade infantil, por AVC, infarto e por trânsito. Serão R$ 350 milhões por ano a mais de transferência para os municípios, triplicando os recursos na área da saúde”, enfatizou.

Já o deputado Heitor Férrer (SD) lembrou que a AL já havia autorizado R$ 100 milhões para zerar a fila de cirurgias eletivas, dos quais, segundo ele, não foram aplicados nem 10%. “Ou seja, aproxima-se o ano eleitoral, o governador anuncia novamente R$ 100 milhões, e eu vou torcer muito que isso se viabilize. Estou com uma matéria de jornal aqui, 57 mil pessoas esperam por cirurgia no Ceará. Portanto, vou novamente acreditar que isso possa acontecer no estado do Ceará”, afirmou.

BD/AT