O parlamentar criticou a falta de decoro do atual presidente Jair Bolsonaro em transferir os dados para a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Depois de 44 horas de silêncio, ele apareceu para agradecer aos eleitores, mas em nenhum momento reconheceu a derrota e falou em transição de governo. A transição é muito importante, porque está assegurada em lei. Qualquer pessoa que venha a começar a gestão precisa de dados”, comentou.
Heitor Férrer citou ainda o seu projeto de Lei 324/20, que tramita na Alece e dispõe sobre a instituição de equipe de transição pelo candidato eleito para o cargo de governador do Estado. “Eu quero deixar essa lei aprovada caso, algum dia, daqui a 10 ou 20 anos, tenha alguma dificuldade em transferir os dados”, defendeu.
Sobre as manifestações após o resultado do segundo turno das eleições e sobre a solicitação, por parte de alguns integrantes, de intervenção militar, o parlamentar repudiou a atitude antidemocrática. “É inaceitável quando vemos manifestações de apoiadores do presidente da República em frente a quartéis do Exército. O que vemos agora é que eles não estavam preocupados com a ditadura da esquerda, mas eles querem uma ditadura de direita, um pequeno grupo antidemocrático que não respeita a decisão das urnas”, afirmou.
Em aparte, o deputado Renato Roseno (Psol) criticou as manifestações pedindo intervenção militar nas ruas do País. “A transição faz parte da vida democrática. Falta ao Bolsonaro civilidade. Demorou muito para reconhecer a derrota, fez de forma mal educada. Os bloqueios por manifestantes que pedem a ditadura são crimes. Nosso País e o Ceará devem dar exemplos positivos a respeito da cultura democrática. Condeno aqueles que estão atentando contra a democracia de maneira vil”, afirmou.
JI/AT