Segundo ele, as estradas duram em média no Estado dois anos. “Não temos estradas, o Ceará não tem mais estradas. Foram todas destruídas porque não prestam, foram mal construídas”, avaliou. “Uma estrada que em todo canto do mundo duram 40 anos, aqui dura dois. A nossa engenharia é diferente”, acrescentou.
O parlamentar atribuiu às autoridades governamentais e às empreiteiras a responsabilidade pela situação, e apontou que muitas delas chegam a se beneficiar com algumas obras. “Os governantes se alimentam da corrupção na confecção de estradas no Brasil e no Estado. Nós sabemos da cumplicidade do público com o privado para o enriquecimento dos empreiteiros. Empreiteiro que não é político mete a mão na cumbuca do que é público, por meio de contratos superfaturados e devolução de dinheiro para administradores”, afirmou.
Heitor disse que, com exceção das vias feitas pelo ex-governador Tasso Jereissati, todas as estradas construídas a partir da gestão de Cid Gomes apresentam problemas. “A CE-040 que vai até Aquiraz está do mesmo jeito. Já a complementada por Cid Gomes, de Aquiraz para frente, está toda remendada, a cor é uma borra preta. A que o Tasso fez é respeitável”, citou.
O deputado contestou a justificativa de que a destruição das estradas é conseqüência das chuvas. “Chuva não destrói estradas, o que destrói é estrada malfeita, feita para durar quatro anos no máximo, e o povo pagando a cada quatro anos”, frisou.
Ele criticou ainda a utilização de R$ 219 milhões pelo Governo do Estado, para a recuperação de estradas. Este valor, segundo ele, poderia ser utilizado em áreas prioritárias.
Em aparte, o deputado Evandro Leitão (PDT) disse que mesmo sendo da base aliada do Governo do Estado, reconhece e situação das estradas e endossou a preocupação. “É de qualquer pessoa ficar indignada. Tenho certeza que o governador Camilo Santana está tomando as medidas cabíveis, porque não se pode ter uma estrada intransitável, causando a insegurança de quem transita”, destacou. Para ele, a população merece respeito das empreiteiras que realizam o trabalho de recuperação e o Estado precisa fazer um “mea culpa”, defendendo uma fiscalização mais rígida.
O deputado Romeu Aldigueri (PDT) apontou a presença de buracos no trecho que liga Granja a Sobral, via que, segundo ele, foi feita há apenas três anos. “O problema é de fiscalização, para que assim o Estado não precise utilizar o recurso nisso (estradas)”, disse.
Já o deputado Nizo Costa (PSB) afirmou que é os recursos são necessários uma vez que é crítica a situação das estradas e tem sido uma reclamação dos topiqueiros. “Por isso o governador liberou esse recursos. Esses recursos são essenciais para que essas estradas sejam recuperadas”, ressaltou. Entretanto, destacou que muitas são as estradas que estão em boas condições, citando a que liga Morada Nova a Iguatu. “Não há um buraco que possa prejudicar os veículos”, acentuou.
LS/CG