“Os jornais hoje trazem em suas páginas que Camilo Santana quer um modelo de gestão igual ao porto de Roterdã, na Holanda. Ele está apresentando o equipamento aos holandeses. Parece que ele não está levando em consideração que antes disso deveria ser aprovada uma lei, pela Assembleia e, em seguida, realizado um certame licitatório”, frisou.
Heitor Férrer sugeriu também que fosse oferecido à iniciativa privada o Acquario, que está em construção. “Será que tem alguém que queira administrar essa ruína em construção, onde foram enterrados R$ 144 milhões? Foi uma obra megalomaníaca e nenhum imbecil nacional ou internacional quer administrar”, disse o deputado, lembrando que o aquário do Rio de Janeiro custou R$ 180 milhões e já está em funcionamento.
Para o deputado, o Porto do Pecém é o “filé” dos equipamentos públicos do Estado. Porém, segundo ele, o empreendimento não foi oferecido ao mercado nacional nem se falou em certame licitatório. “Os jornais já falam que foi assinado um protocolo de intenções, em que o Porto do Pecém passa para o controle da empresa que administra o Porto de Roterdã”, frisou.
Heitor Férrer lembrou ainda que o aeroporto foi concedido para a iniciativa privada com ágio de 93%, através da maior proposta do certame licitatório. “É importante que se tenha a melhor proposta. Qual o interesse do Governo e colaboradores em focar especificamente na Holanda? Por que não fazer o certame licitatório”? perguntou o parlamentar.
Em aparte, o deputado Roseno (Psol) disse que o governador tem uma agenda de privatização “muito agressiva”. Destacou que os equipamentos licitados foram construídos com o dinheiro do povo. “São equipamentos estratégicos, que agora são colocados à venda para lucros de empresas transnacionais. Não há transparência nessas concessões, que são equivocadas", afirmou.
O vice-líder do Governo, deputado Julinho (PDT), explicou que o governador está oferecendo equipamentos para o Porto de Roterdã porque os holandeses têm a melhor “expertise” do mundo. Segundo ele, é melhor conceder para uma administradora que tenha capacidade técnica de gerir o equipamento a entregar para outra que não dê conta de gerir o porto.
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