Dr. Santana explicou que o objetivo de tirar a presidente do poder era de salvar “a própria pele”, já que eles estariam envolvidos em denúncias de corrupção e são investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Há situações extremamente preocupantes, como o anúncio de diálogos com comandantes das forças armadas, para vigiar os movimentos sociais, e com ministros do STF, para estancar as operações da Lava Jato”, frisou.
“O que aconteceu com a Dilma foi um golpe, através de um impeachment de motivações esdrúxulas”, disse o petista, ressaltando que o presidente interino, Michel Temer, também utilizou dos mesmos artifícios que ficaram depois conhecidos como “pedaladas fiscais”. Ele destacou ainda que “Dilma é uma pessoa honesta e não aparece em nenhuma investigação”.
Para Dr. Santana, nas medidas econômicas anunciadas ontem, o presidente “golpista” propôs uma grande pedalada fiscal. “Se antes Dilma usou o dinheiro para beneficiar os pobres, agora ele quer o dinheiro para para pagar dívidas com banqueiros. É uma finalidade completamente fora do sentido social. Vai faltar crédito para o estímulo da economia”, previu.
O parlamentar disse que há o lado político do golpe, que é deter a Lava Jato. “Há conversas nos bastidores que demonstram que os golpistas estão todos envolvidos até o talo em crimes de corrupção”, pontuou.
O deputado acentuou que, nos primeiros dias do “governo golpista”, foram adotadas medidas no sentido de privilegiar a classe dominante, como a extinção do Ministério da Previdência, o “que vai impor medidas prejudicando trabalhadores que sonham com a aposentadoria”. Entre essas ações, Santana apontou o aumento da alíquota de contribuição de 11% para 14%.
O reajuste de salário mínimo, disse o deputado, não terá a obrigação de repor a inflação. “Isso vai prejudicar profundamente os trabalhadores. Com o fim da indexação dos benefícios da previdência, as pensões e aposentadorias ficarão sempre abaixo da inflação”, disse.
Outro ponto que causa preocupação, de acordo com o parlamentar, é a criação do teto dos gastos com a saúde e nova a fórmula de cálculo de investimentos. “Antes, permitiam-se sempre mais recursos para a saúde e a educação. Agora, com o limite, os serviços de saúde e educação vão piorar para justificar a privatização”, afirmou.
O deputado também criticou a extinção do fundo soberano, uma poupança do Estado, com valor aproximado de R$ 2 bilhões. “O dinheiro foi confiscado pelo Governo interino. Houve ainda cortes no programa Minha Casa, Minha Vida, suspendendo a construção de mais de 11 mil residências, que já tinham sido determinadas pelo Governo Dilma Rousseff”, criticou.
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