O parlamentar detalhou, em entrevista à jornalista Kézya Diniz, seu posicionamento diante da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que parcela o pagamento de precatórios. 

 

A matéria foi aprovada na quinta-feira (02/12), no plenário do Senado, em votação de segundo turno, por 61 votos a 10, com uma abstenção, e volta agora para a Câmara, para nova votação também em dois turnos. A proposta aprovada abre espaço para o pagamento de R$ 400 aos beneficiários do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família.

 

“Nós somos a favor do Auxílio Brasil. Nesses últimos anos, o Brasil empobreceu muito. O presidente quer fazer um Auxílio Brasil, que somos a favor, mas dando um calote nos devedores, no mercado privado e nos precatórios”, diz. 

 

Segundo observou, precatório é uma questão sagrada, a Constituição Federal ressalta sobre isso. “Aqui no Brasil foi dado um cheque em branco para o presidente, dando prazos maiores para pagar até o precatório do Fundef. Essa PEC nós denominamos de PEC do Calote." 

 

O parlamentar foi relator na Câmara do projeto de lei que garante que 60% dos precatórios de estados e municípios sejam destinados ao pagamento de professores. Idilvan Alencar explica que, quando uma pessoa ou empresa processa o Poder Público e ganha uma indenização, o documento que formaliza o pagamento é o precatório. 

 

Outra iniciativa detalhada pelo parlamentar, eleito pelo site Congresso em Foco como um dos três deputados mais destacados no tema educação, se refere à criação de uma poupança estudantil para evitar a evasão escolar. 

 

"É um projeto que dá um recurso ao estudante, desde que tenha bom desempenho e conclua o ano letivo. Isso permite que a gente avance num ponto fundamental na educação, que é a permanência e a aprovação. Esse projeto já foi aprovado na Comissão de Educação e vai a plenário. Alguns municípios pensam em adotar esse projeto mesmo sem a lei federal. Essa situação sempre foi uma questão grave, e agora é gravíssima", avalia.

 

Questionado pelo deputado Osmar Baquit (PDT) sobre a desvalorização do Fundeb no Governo Bolsonaro, Idilvan Alencar fez duras críticas à falta de interesse em abrir diálogo com a educação. “Esse Governo nunca teve um olhar para educação. Ele começa quando escolhe os ministros que são profissionais desqualificados. É totalmente insensível com a educação superior, ele corta investimentos, ele não quis participar do debate do Fundeb, ele realmente escolheu a educação como inimigo número um. Ele sabe que um país, quanto mais educado, não vai aceitar esse debate que ele traz”, pontua.

 

Em relação à educação infantil, relatou preocupação. “O Brasil tem uma quantidade enorme de creches inacabadas. Na educação infantil, nós só atendemos 30%. Não tem diálogos com a comunidade escolar. Eu não posso ficar calado em relação ao que eu assisto”, lamentou.

 

Durante a entrevista, o parlamentar fez ainda uma avaliação dos bastidores eleitorais de 2022. Enfatizou sua oposição irrestrita ao governo do presidente Jair Bolsonaro. “Eu espero que não seja mais uma polarização, isso não faz bem ao Brasil. O Ciro (Gomes) é um bom nome, Lula desponta porque fez um bom trabalho como presidente da República. Eu sou um defensor forte do anti-Bolsonaro. Na próxima eleição eu quero comandar uma oposição muito forte. A gente tem que buscar uma união da esquerda, tem que pensar no bem comum do País”, assinala. 

 

Conexão Assembleia é um programa multiplataforma da rádio FM Assembleia 96,7 (MHz), transmitido nas redes sociais da Assembleia Legislativa do Ceará, no YouTube e no Facebook, às segundas-feiras, a partir das 8h. A produção é veiculada também na TV Assembleia, às segundas-feiras, às 20h30, e fica disponível no podcast emisssora. Basta procurar o canal nas principais plataformas de áudio, como Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Google Podcasts.

 

Além da apresentação de Kézya Diniz, conta com produção de Layanna Vasconcelos e Tarciana Campos; direção de vídeo de Rodrigo Lima; coordenação de programação e áudio, Ronaldo César e supervisão do gerente geral da emissora, Rafael Luis Azevedo. O programa é por videoconferência, com profissionais e entrevistados seguindo os protocolos de segurança.

 

JI/AT/com FM Assembleia