A psicóloga já debateu o tema em outras oportunidades, como nos seminários promovidos pelo programa Vidas Preservadas, do Ministério Público Estadual. Conforme Alessandra, o ambiente virtual pode ser um espaço de conexões, saberes e experiências, onde se pode aprender acerca de limites e tensões. “É preciso entender como a internet oferece espaço para que eu me conecte saudavelmente com as diferenças, para construir matrizes de identificação acessando outros grupos de identificação, mas também é espaço para pedofilia, condutas haters, bullying”, salienta. 

Para a psicóloga, lidar com essa dualidade exige desenvolvimento emocional extremamente profundo e, ainda de acordo com ela, a configuração do mundo virtual é complexa, e “é preciso cuidado na construção com a sua alteridade, em detrimento do sujeito inebriado com sua própria imagem”. “Precisamos trabalhar adolescentes em espaços onde existam enquanto sujeitos”, afirma.

O assunto tem sido bastante debatido em razão da campanha Setembro Amarelo, dedicada à conscientização e prevenção ao suicídio. Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que, em Fortaleza, em 2020, foram registrados 75 óbitos por suicídio. Em 2021, até o mês de julho, foram 38. Ainda conforme a secretaria, no ano passado, 1.194 pessoas tentaram suicídio e praticaram automutilação. Neste ano, são 621 casos, sendo que 209 aconteceram no público de 10 a 19 anos e 10 casos entre crianças com até 9 anos de idade.

O Questão de Ordem é exibido de terça a sexta-feira, às 19h30, e tem reprise às 7h do dia seguinte. Apresentado por Renato Abreu e produzido por Helenir Medeiros, o programa também é transmitido pela FM Assembleia (96,7MHz), de terça a sexta-feira, às 22h.

PE/CG