Você está aqui: Início Últimas Notícias Procuradoria da Mulher aborda acolhimento como prevenção ao suicídio
Realizada pelo Instagram da Procuradoria, a live abordou a necessidade de conversar sobre prevenção ao suicídio e a importância do acolhimento e rede de apoio.
A assistente social da PEM, Adriana Brito, explicou que falar da violência sofrida ainda é muito difícil para muitas mulheres. “É necessário respeitar o tempo de cada mulher, ter delicadeza no acolhimento e fazer com que aquela pessoa atendida entenda que o que ela está passando é uma situação de violência. Muitas pacientes nem entendem o que estão vivendo”, assinalou.
Para Adriana Brito, o julgamento piora a situação das vítimas. “Uma mulher em sofrimento já carrega muita culpa que não sabe explicar. É extremamente importante acolher, conversar e apoiar”, apontou.
A assistente social ressaltou ainda que, em situações em que o padrão de suicídio é notado, é importante encaminhar a mulher para os demais instrumentos responsáveis por tratar dessas situações. “Além de ser acolhida e encaminhada, essas pessoas precisam também de rede de apoio, que não é apenas a família, mas também amigos, profissionais e comunidade”, disse.
Segundo Adriana, muitas mulheres não se sentem respondidas e esbarram em burocracia e despreparo. “Existe muito despreparo profissional e, por isso, é importante falar sobre o suicídio, para que as pessoas saibam acolher e estejam preparadas para encaminhar e apoiar sem julgar aquela vítima. Essas pessoas não querem morrer. Elas apenas não estão vendo saída”, assinalou.
A assistente social Natália Braga explicou que ainda existe um grande tabu em falar sobre suicídio. “Muitos acham que falar vai incentivar a pessoa. Isso não é verdade. Falar, acolher e ajudar é necessário”, pontuou.
Natália Braga destacou que este mês foi o escolhido para a campanha do Setembro Amarelo, porém é relevante falar sempre sobre o assunto. “Não apenas em setembro devemos falar e informar sobre o suicídio. As campanhas, as conscientizações e o preparo para receber essas pessoas que estão sofrendo devem ocorrer o ano inteiro, com espaço de fala quando necessário”, disse.
A profissional salientou que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a terceira maior causa de morte entre 15 e 35 anos, além de ser algo que pode ser evitado com o devido acompanhamento e acolhimento. “É importante trazer para junto dessas pessoas a assistência, educação, jurídico, profissionais especializados, além de compreensão e rede de apoio. Desmistificar os preconceitos em prol desse tema também é de grande relevância”, reiterou.
Natália ressaltou também a necessidade de treinar e preparar os profissionais da saúde e instrumentos para identificar, acolher e saber encaminhar as pessoas em situação de violência, situação vulnerável e demais casos que resultam em suicídios.
Para receber denúncias de situações de violência ou risco, a Procuradoria Especial da Mulher disponibiliza o Zap Delas: (85) 998140754. O canal é uma ferramenta da PEM e funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h.
Às sextas-feiras, a procuradoria vem realizando diversas lives do projeto “Ei, mulher”, debatendo temas atuais e relevantes sobre os direitos das mulheres. Neste mês de setembro, a programação está voltada para a conscientização sobre a prevenção do suicídio. Todas as lives estão disponíveis na íntegra no Instagram da PEM.
GM/LF