As sessões ocorreram simultaneamente em três auditórios do Complexo de Comissões Técnicas da Casa. Um dos casos julgados sob a presidência do secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, foi de Agamenon Rodrigues Eufrásio Oliveira, ex-professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ex-engenheiro do DAER.

O engenheiro foi demitido do Daer por meio de portaria da Casa Militar Estado do Ceará, perseguido e preso sob a acusação de fazer parte do Movimento Comunista Internacional (MIC), considerado subversivo pelo regime militar.

Além da demissão no Daer, Agamenon afirmou que não teve o seu contrato de professor renovado pela UFC, enquanto a prática, na época, era a de renovação. “Na Universidade, existia também um órgão repressivo, a Assessoria Especial de Informações”, lembrou o engenheiro.

Agamenon ganhou o Certificado de Anistiado Político e vai receber mensalmente R$10 mil, além de indenização retroativa no valor de R$ 800 mil. 

Além do engenheiro industrial, receberam Certificados de Anistiado Político e indenizações o sindicalista e militante do Conselho Comunitário do José Walter, Tarcisio Gomes Mendes, preso político demitido e fichado no Dops; Valéria Maria de Aguiar Ellery, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que foi presa para averiguações e teve de se exilar no Chile, Argentina e Suécia; dentre outros.
RW/AT