Você está aqui: Início Últimas Notícias Deputados cobram apuração de possível interferência política no Ministério da Justiça
O presidente da AL, deputado José Sarto (PDT), afirmou que as razões expostas no pedido de demissão apontam para uma série de crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente da República. “São graves e devem ser apuradas as revelações do ex-ministro de interferência política do Palácio do Planalto na Polícia Federal, preocupação com inquéritos do Supremo Tribunal Federal e fraude no Diário Oficial”, apontou.
Segundo Sarto, “presidentes foram cassados no Brasil por muito menos” e “as instituições públicas devem estar atentas e, mais do que nunca, posicionar-se contra qualquer tentativa de amordaçar a democracia e a República brasileira”.
O líder do Governo na AL, deputado Júlio César Filho (Cidadania), comentou que, ao pedir exoneração, Sérgio Moro apresentou como justificativa denúncias graves que precisam ser apuradas. “A interferência política do Palácio do Planalto na Polícia Federal, um dos órgãos de investigação mais importantes do País, fere a democracia brasileira”, disse.
O deputado Renato Roseno (Psol) apontou que a saída do ministro confirma a incapacidade moral de Bolsonaro governar o País e que os fatos compartilhados por Moro apontaram para crimes de falsidade ideológica, prevaricação e obstrução à Justiça. “Portanto, como Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade, cabe agora à Câmara Federal dar prosseguimentos aos pedidos de processos de impeachment”, afirmou. Para o parlamentar, é preciso cobrar a responsabilidade jurídico-política de Bolsonaro, que não tem condições de continuar à frente da Presidência da República.
O deputado Heitor Férrer (SD) apontou ser muito grave o relato do então ministro Sérgio Moro de que o presidente da República afirmou querer mudar o comando da Polícia Federal por preocupação, devido a inquérito do STF envolvendo seus familiares e indicando que a mudança precisaria ser feita para que tivesse acesso e conhecimento dos relatórios. “O ministro, não atendendo a esses caprichos, resolveu sair do Governo, medida altiva em que repara o erro de ter assumido um cargo político em detrimento da magistratura”, disse.
O deputado Audic Mota (PSB) afirmou ser preocupante que um ministro da Justiça peça demissão por suposta interferência em um órgão tão importante como a Polícia Federal, ressaltando ainda que as denúncias são graves. “Creio que esse tema não pode morrer simplesmente com uma entrevista, pois terá graves desdobramentos no nosso futuro, na nossa pacificação e na regularidade no nosso momento político”, avaliou.
O deputado Guilherme Landim (PDT) lamentou que, em um momento de calamidade com a crise da Covid-19 e de indefinição de ações do Governo Federal, o pedido de demissão de um ministro traga revelações que escancaram, segundo versão de Moro, ações criminosas do Governo. “A Câmara dos Deputados precisa averiguar os pedidos de impeachment, precisa investigar tudo isso que foi falado hoje, que caracteriza um crime, fazer ingerência política em uma instituição como a Polícia Federal. É realmente um descontrole e a gente espera que os próximos passos sejam no sentido de moralizar e dar um rumo correto a essa situação que, até agora, ao que nos parece, é realmente insustentável”, ressaltou.
O deputado Walter Cavalcante (MDB) avaliou a saída de Sérgio Moro da gestão federal como uma “baixa muito importante, uma vez que era um dos pilares do Governo”. Para o parlamentar, a autonomia de órgãos com a Polícia Federal, Banco Central e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é muito importante, pois deixa às claras o que acontece no País. “Espero que quem vá assumir tenha independência e que tenha a confiança do povo brasileiro”, comentou ainda o parlamentar.
SA/WR/CG