Você está aqui: Início Últimas Notícias Comitê pela Prevenção de Homicídios na Adolescência ouve relatos de moradores de Horizonte
Além disso, acrescentou ele, Fortaleza também apresenta a maior taxa desse índice dentre todas as capitais brasileiras. “Fortaleza enterrou, em 2014 e 2015, mil adolescentes. Isso é uma tragédia. A violência está quebrando o pacto civilizatório, com a geração mais velha enterrando a mais jovem”, afirmou.
Para o deputado Zé Ailton Brasil (PP), a expectativa com as audiências é de colher mais subsídios para resolver essa situação. “Vejo como mais um momento em que a gente possa ouvir desses jovens tanto críticas ao atual modelo do Estado, como também sugestões para que o Estado possa implementar políticas públicas voltadas para combater o crime na adolescência”, afirmou.
O adolescente Rian Lima, 12 anos, estudante do 7º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) José Eduardo de Souza, relatou no encontro que conhece vários jovens que já se envolveram com o tráfico de drogas. “Tinha um aluno que estudava comigo na série passada, o 6º ano, que se envolveu neste ano com drogas. Ele acabou levando um tiro, mas sobreviveu”, contou.
Representante do Ceará na X Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que ocorreu em abril, em Brasília, Rian sugeriu que o caminho contra as drogas é a realização de palestras de conscientização e de projetos educativos.
A estudante do Curso Pré-Vestibular Horizonte, da Escola Professora Raimunda Duarte Teixeira, Tatiane Leandro, de 19 anos, afirmou que, aos 16 anos de idade, teve o primeiro contato com as drogas. “Eu andava com um grupo que acabou me influenciando, por eu ser bem nova, mas foram poucas vezes. Minha expectativa é de um futuro melhor, por isso, estou estudando para passar em Medicina Veterinária”, comentou.
Mães de quatro garotos, para evitar que os filhos adolescentes tenham esse tipo de influência, a vendedora autônoma Francileuda Nunes relatou que procura preencher o dia deles. “A gente morava em Fortaleza e percebi que aqui em Horizonte é melhor para criar os meninos. Horizonte tem violência, mas, se os filhos não têm uma família estruturada, então o risco é maior”, afirmou.
Segundo ela, os filhos em idade escolar têm muitas atividades. O de 15 anos estuda no Liceu em tempo integral e o de 12 anos estuda meio período em uma escola do município, mas faz atividades esportivas em um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) pela manhã.
Durante a audiência, estiveram presentes o prefeito de Horizonte Nezinho; a vice-prefeita Vânia Duarte; representantes da Câmara Municipal; a secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social, Cássia Martins; a secretária de Educação, Dione Soares; o secretário de Cultura, Marcos Peixoto; representantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros; e a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a jornalista Renata Soares.
Já foram realizadas audiências do Comitê em Caucaia, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Quixadá e Sobral, assim como na sede da AL e nos bairros da Capital: Bom Jardim, Barra do Ceará, Vicente Pinzón e Jangurussu. Presidido pelo deputado Ivo Gomes (PDT), o Comitê é fruto de uma parceria da AL com o Unicef e Governo do Estado.
GR/CG