“Dra. Mayra não descumpriu nenhuma norma interna”, garantiu. De acordo com o parlamentar, a médica - que concorreu ao Senado Federal pelo PSDB, mas não conseguiu se eleger - foi punida após filmar os corredores do hospital, mostrando a superlotação da unidade, e postar nas redes sociais. Para o parlamentar, o desligamento configurou-se como uma forma de retaliação. “E se isso virar moda no Estado, de um colega ser punido pela direção de um hospital, devido a uma conduta política, passado o pleito?”, questionou.
O deputado enfatizou que a postura do diretor fere o artigo 47 do Código de Ética Médica. “É vedado ao médico usar de sua posição hierárquica para impedir, por motivo de crença religiosa, convicção filosófica, política, interesse econômico ou qualquer outro que não seja técnico- científico ou ético, que as instalações e os demais recursos da instituição, sob sua direção, sejam utilizados por outros médicos no exercício da profissão”, afirmou, recitando o dispositivo. “Isso é muito grave”, acrescentou.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) sustentou que a médica não podia ter filmado a unidade hospitalar durante o horário de trabalho, mesmo com a autorização do paciente, por ferir o Código de Ética Médica. Entretanto, colocou-se à disposição, como presidente da Comissão de Seguridade Social e Saúde da Assembleia, para mediar o caso. “Queremos procurar um meio para solucionar essa situação”, disse.
A deputada Dra. Silvana (PR) acrescentou que o fato de a médica ter postado a filmagem na internet não quer dizer que seja de cunho político. “A dra. Mayra conta com minha solidariedade. O que aconteceu é uma barbárie”, avaliou. Ela reforçou que a situação do HGF é crítica, informando que propôs a construção de um anexo para resolver o problema da superlotação da unidade.
LS/RM