Conforme explicou o parlamentar, a senhora estava internada na Unidade de Pronto Atendimento do Autran Nunes, com grande mancha no pulmão e tentava transferência para qualquer hospital que disponibilizasse um leito na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e veio a falecer por não conseguir.
Heitor Férrer disse que tomou conhecimento do ocorrido por meio de uma amiga dele que vinha acompanhando o quadro de Luíza Helena e tentando sua transferência. “Recebi uma mensagem de minha colega, quando Luíza ainda estava internada. Hoje pela manhã a encontrei e perguntei pela transferência, quando ela me comunicou do óbito”, relatou.
Na visão do deputado, o caso configura-se como uma pena de morte decretada pelo Estado, pois a paciente deixou de receber assistência apesar de pagar seus impostos. “Por falta de cidadania reconhecida do nosso Estado, morrem dezenas de pessoas por dia na mesma situação. E a Constituição diz que saúde é um direto do cidadão e dever do Estado”, afirmou.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) se solidarizou com a família de dona Luiza e lamentou a situação da saúde pública brasileira. “Conseguimos criar no Ceará, nos últimos quatro anos, 106 leitos. Mas, enquanto não tivermos um bom financiamento da saúde por parte da união, passaremos ainda por muitas dificuldades”, ponderou.
Já o deputado Fernando Hugo (PP) disse que sempre abriu o olho da população para o fechamento dos leitos no País. “Lembrem-se quantos hospitais fecharam aqui no Ceará. A culpa não é do Estado, é a falta de atualização da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde). Mais de 41 mil leitos fechados em todo o Brasil”, acrescentou.
LA/AT