Segundo ele, os postulantes a cargos públicos estão tendo que pedir autorização aos chefes das organizações para fazer suas campanhas. Além disso, estariam impedindo eleitores das comunidades de votar em candidatos de seu partido, o Pros. “É triste o cidadão não ter direito de externar o candidato que apoia porque a facção proíbe”, lamentou, ressaltando que a proibição se deve à atuação do parlamentar na Casa.
Para o deputado, a situação revela “a falência do Estado”. “É um absurdo ter que fazer acordo com bandido para entrar na comunidade. O Ceará está do mesmo jeito do filme 'Tropa de Elite II': se você não fizer acordo com o dono da bocada, não tem como entrar na comunidade dominada por ele”, reiterou. “E o mais absurdo é (ver) a maior autoridade do Estado tapar os ouvidos e fechar os olhos”, emendou, referindo-se ao governador Camilo Santana.
Para contextualizar seu discurso, o deputado citou a morte do presidente da Câmara de Vereadores da cidade de Itaitinga, que foi assassinado “à luz do dia” ao chegar ao Legislativo municipal. “Suplente de vereador sendo morto, presidente da Câmara sendo morto. Será que vai ser preciso um candidato ser vítima em plena campanha para o governador admitir que há necessidade das tropas federais no Estado?”, questionou.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (Pros) endossou o discurso, que revela, segundo ele, a realidade do que acontece na gestão da segurança pública. “Estamos em um estado em que a violência tomou conta, com uma população assustada”, disse, lamentando a ausência de medidas por parte do Governo. “Grandes investimentos foram feitos, e a violência aumentou três vezes”, acrescentou.
LS/PN