O parlamentar disse que o fundo vai arrecadar R$ 500 milhões este ano. Segundo ele, nos últimos dez anos, a receita do Fecop atingiu mais de R$ 4 bilhões. “Mas praticamente nada foi feito pela pobreza”, criticou.
Roberto Mesquita destacou que, na época da criação do fundo, o então candidato ao Governo do Estado, Cid Gomes, acusava de ser “eleitoreira” a iniciativa, porém não a extinguiu após assumir o Governo por oito anos, usando-a com fins políticos.
Na concepção de Roberto Mesquita, a aplicação dos recursos do fundo deveria ser concentrada em 20 municípios, pela ordem decrescente de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Nós transformaríamos a realidade dessas comunidades. Mas, infelizmente, a máquina do Governo foi criada para eleger candidatos governistas, e não para oferecer qualidade de vida à população”, criticou.
Na avaliação de deputado, os recursos funcionam como uma poupança para o Governo realizar clientelismo. Por isso, de acordo com ele, os recursos são diluídos entre diversas secretarias e são aplicados de forma difusa, sem atacar as raízes da pobreza. “O fundo é sempre aplicado de acordo com a vontade do governador, e não por critérios técnicos”, afirmou.
O deputado também criticou a nomeação do empresário Maia Júnior, tradicional político do PSDB e atualmente afastado do partido, para o cargo de secretário do Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. “A indicação foi considerada como um troféu, que salvou o planejamento do Estado”, afirmou. Também foi alvo de crítica do parlamentar a entrega da infraestrutura do Acquario de Fortaleza para o Grupo M. Dias Branco. “Foi oferecida uma enorme área para que o grupo concluísse a obra, que seria a menina dos olhos do turismo cearense”, comentou.
Em aparte, o deputado Capitão Wagner (Pros) ressaltou a qualidade do pronunciamento de Roberto Mesquita e lamentou por ele não ser candidato à reeleição neste ano. “Críticas construtivas são muito importantes para que as políticas públicas sejam corrigidas”, destacou.
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