A causa do desentendimento, segundo um deputado, seria uma correspondência que lhe teria sido entregue, no gabinete parlamentar, comunicando que, por orientação partidária, ele deveria confirmar o nome do deputado Leonardo Araújo (PMDB) para a liderança do bloco PMDB-PSD-PMB. Osmar Baquit, no entanto, indicou a deputada Dra. Silvana (PMDB), contrariando essa orientação.
“Não recebi essa comunicação porque não havia sequer a ata da reunião que teria deliberado sobre isso. E não acho razoável que a direção do PSD queira definir o meu apoio a um líder de bloco. Quem decide é o bloco conjuntamente, e não a executiva de uma das siglas que compõem essa aliança”, acentuou o deputado.
Osmar Baquit disse que continuará filiado ao PSD, ao mesmo tempo que não tem “nada contra Leonardo Araújo”. Porém, demonstrou-se descontente com a forma como a direção do PSD quis cercear seu direito de escolher o líder. O parlamentar queixou-se ainda de que hoje os políticos se encontram acuados pela opinião pública, porque eles não dão respostas à altura, quando acusados injustamente.
O deputado lembrou que, recentemente, foi acusado por um blog de ter recebido R$ 500 mil da empresa JBS, envolvida em denúncias investigadas pela operação Lava Jato. Osmar Baquit afirmou que isso nunca aconteceu, e o único repasse recebido foi de cerca de R$ 500,00, provenientes do diretório regional do seu partido. “Quando acusam a notícia sai em letras garrafais, mas os desmentidos são notinhas de rodapé”, acrescentou. Para Osmar Baquit, é indispensável que a Mesa Diretora da Assembleia instale urgentemente o Conselho de Ética do Legislativo, para coibir excessos em disputas políticas.
Osmar Baquit também abordou a recente chacina ocorrida em Horizonte, quando cinco pessoas foram assassinadas. Na avaliação do deputado, isso se deve ao crescimento do narcotráfico no Estado, e somente com o combate à venda de drogas o nível de violência será reduzido. Ele acentuou ainda que entidades de direitos humanos atrapalham o combate ao crime, quando denunciam policiais que agiram com energia contra criminosos.
Em aparte, o deputado Capitão Wagner (PR) disse que a crise no País é por discussões menores. Ele lembrou que o Ceará está hoje na capa de todos os jornais por causa da chacina de Horizonte.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) avaliou que a classe política tem de dar resposta às denúncias que surgem diariamente. O parlamentar lembrou que abriu mão de sigilos telefônicos e bancários quando assumiu o mandato, e essa deveria ser uma prática de todos.
O deputado Audic Mota (PMDB), primeiro secretário da Assembleia, adiantou que, até a próxima terça-feira (20/06), será instalado o Conselho de Ética na Casa.
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