Heitor Férrer explicou que, sob a gestão da iniciativa privada, a busca por lucros, “indispensável ao empresariado, irá elevar o preço da água, que já está cara”. “Privatizem outras coisas, o Castelão, o Dragão do Mar, aquele aquário, mas a Cagece não”, defendeu.
O parlamentar disse ainda que o Governo do Estado deve “refazer seus cálculos”. “Vejam o que deve ser enxugado na Cagece, revejam os terceirizados, façam o que deve ser feito para que o próprio Estado não dê atestado de incompetência e a sociedade tenha que pagar pelo prejuízo”, acrescentou.
O parlamentar afirmou que a privatização da companhia que fornece água ao estado do Rio de Janeiro já foi autorizada pelo Governo Federal, “e o mesmo deve acontecer aqui”. “A sociedade deve se mobilizar contra isso”, frisou.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) ressaltou que a Cagece é um órgão bem administrado e possui uma das águas mais baratas do Brasil, mesmo com as perdas por vazamento ou acessos irregulares. “Temos que lembrar que é um ano difícil, há muito gasto em energia e manutenção das estações que levam água para os municípios mais distantes”, pontuou, reforçando que, “neste momento, o custo da água tende a encarecer”.
Já o deputado Roberto Mesquita (PSD) afirmou que “o Governo não pode vender o que é essencial”. Ele explicou que nunca houve prioridade, por parte dos governos, em ampliar a rede de esgotamento sanitário. “Menos da metade de Fortaleza dispõe de saneamento básico, enquanto a população só cresce. Os canos que abastecem a cidade estão velhos, o que torna a água ruim e gera uma boa desculpa para essa privatização. Isso para mim é um golpe, que nós já vimos antes”, afirmou.
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