Segundo ele, o secretário havia dito, em uma reunião da Comissão Especial de Combate à Seca, presidida pelo parlamentar, que o montante investido seria da ordem de R$ 225 milhões, com contrapartida de 40% do Estado, valor repercutido e criticado pelo tucano em outro momento. No entanto, matéria do Diário do Nordeste traz entrevista com o secretário, discordando do valor e chamando Jaime de leviano.
“No jornal, o secretário me chama, e está aspeado, de leviano, quando apenas repercuti o que ele havia dito. É um absurdo essa declaração do secretário; se há algo errado, não partiu deste deputado”, justificou, informando que Nelson Martins desmentiu o comentário contido na matéria. Conforme ainda a reportagem do DN, o secretário teria dito que o investimento total será na verdade de R$ 180 milhões, e não R$ 225 milhões, que serão repassados a ONGs para realização do serviço.
João Jaime criticou ainda o fato de os recursos para as construções de enxurradas serem aplicados em ONGs, ressaltando que, mesmo sendo R$ 180 milhões, ainda é alto o valor destinado a essas organizações. “Essa mamata das ONGs precisa ser investigada pelo Ministério Público, porque elas são organizações privadas. É privatizar os recursos públicos”, argumentou. O tucano fez um alerta ao governador: “Governador, tome conhecimento. Estão fazendo política com a seca, através da Secretaria de Desenvolvimento Agrário”.
O parlamentar rebateu também criticas da coordenadora da entidade Articulação do Semiárido (ASA), Cristina Nascimento, ao seu pronunciamento questionando os altos valores aplicados nas ONGs. Jaime reafirmou sua crítica, considerando muito dinheiro para aplicação em ONGs.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) confirmou a informação repassada por João Jaime sobre os valores anunciados pelo secretário de Desenvolvimento Agrário na Comissão Especial de Combate à Seca. O deputado Ely Aguiar (PSDC) sugeriu que fosse acionado tanto o Ministério Público quando o Tribunal de Contas do Estado para fiscalizar esses recursos.
A deputada Rachel Marques (PT) destacou a importância do programa de cisternas, afirmando que ele permite a captação de 50 mil litros de água e agrega um kit para a irrigação, garantindo a produção de quintais produtivos, assegurando que todo ano essas famílias possam não somente produzir a sua alimentação, mas também comercializá-la. “Não podemos nos precipitar e acusar organizações que vêm fazendo trabalho de convivência com o semiárido, vamos acompanhar e fiscalizar, mas jamais condenar”, ponderou.
O deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que já deu entrada em requerimento ao presidente da TCE, José Valdomiro Távora, solicitando urgente acompanhamento no repasse de recursos para construção das cisternas de enxurradas pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário.
LS/CG