Segundo ele, os valores, que somam R$ 225 milhões, são absurdos, visto que o sistema não é o mais adequado para sanar os problemas causados pela seca em diversos municípios. “Não é uma enxurrada que vai abastecer um município. Esse será um dinheiro muito mal empregado”, avaliou.
O parlamentar criticou o “gasto desnecessário” com as cisternas de enxurrada quando a construção da adutora demandaria menos recursos e seria mais eficiente. “Seriam gastos apenas R$100 milhões, menos da metade do valor das cisternas”, disse. Conforme explicou, as secretarias estaduais informam que “o Ceará necessita de 500 km de adutora para atender os municípios que estão na iminência de um colapso de abastecimento e aqueles que já entraram em colapso”.
Em aparte, o líder do Governo na Assembleia, deputado José Sarto (PSB), explicou que as licitações para construção das cisternas foram feitas sob a fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e que o processo foi iniciado ainda em 2009. “Não podemos simplesmente mudar o objetivo dessas licitações”, disse. Ele ressaltou ainda que o secretário Nelson Martins está disposto a comparecer à AL para prestar esclarecimentos sobre a questão.
Os deputados Fernando Hugo (PSDB), João Jaime (PSDB) e Ferreira Aragão (PDT) se mostraram favoráveis a uma maior discussão sobre o assunto. “Por onde ando, todos dizem que a melhor solução é a escavação de poços profundos e o uso dos dessalinizadores. Temos que ver se esse gasto todo é necessário”, observou Hugo.
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