Os números da violência no Ceará continuam motivando cobranças nas sessões plenárias tanto da Assembleia Legislativa quanto na Câmara Municipal de Fortaleza, mesmo com as recentes declarações do novo secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Servilho Paiva. O deputado Heitor Férrer (PDT), levou a edição do jornal O Estado à tribuna da Casa para reafirmar o aumento de homicídios divulgados no 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O parlamentar aproveitou para criticar a política de segurança do Governo do Estado. Segundo ele, apesar dos investimentos feitos por Cid Gomes na área, os números são crescentes e, até o momento, não foram suficientes para reverter o quadro que se encontra o Estado. Citando os dados divulgados, ele ressaltou que o Ceará ficou em terceiro lugar, perdendo somente para Alagoas e Pará. “Da 11ª colocação em 2011, passamos agora para terceira posição. O terceiro estado onde se matam mais pessoas. Portanto, justificar que os investimentos feitos pelo governador são bilionários é ainda mais robustecer o fracasso”, declarou. A crítica, porém, foi rebatida pelos aliados do Governo na Casa. Na linha de frente, o deputado Osmar Baquit (PSD) discordou que a aplicação de recursos na área seja responsável pelo aumento da violência. De acordo com Baquit, 80% dos crimes estão relacionados ao tráfico de drogas e as atenções devem ser voltadas para a política de combate às drogas e ao fortalecimento da segurança nas fronteiras. ESCLARECIMENTOS O deputado Júlio Cesar Filho (PDT), também saiu na defesa do Governo. Conforme explicou, os dados apresentados por Heitor Férrer fazem parte de uma sinopse, e, portanto, ainda não foram analisados pela Secretaria de Segurança Pública. Ressaltou, ainda, que os números são alarmantes, porque o Governo do Ceará divulga com exatidão, diferente de outros governos. Júlio Cesar aproveitou também para esclarecer a polêmica sobre a falta de equipamentos dos recém-contratados policiais militares. Ele informou que ocorreu um problema no processo licitatório dos coletes à prova de bala, mas garantiu que, em breve, o material será distribuído aos policiais. Com relação às armas, o parlamentar disse ter havido um atraso que já foi solucionado pela Secretaria. O deputado Gony Arruda (PSD) concordou com os colegas, ressaltando que os números da violência são crescentes em todo país. O parlamentar ponderou que, no Ceará, os números tem aumentando devagar graças aos investimentos do Governo do Estado. “Posso falar da pasta de Esportes, da qual fui secretário. Existem projetos voltados para as zonas de risco, com a instalação de núcleos esportivos nos bairros para influenciar o entretenimento em vez da violência”, disse ele, pontuando a existência de projetos que visam minimizar a violência no Estado. AMPLO DEBATE Já na Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Vaidon (PSDC) levou o assunto para a tribuna. O parlamentar admitiu que está com medo da violência em Fortaleza e defendeu que a Casa amplie o debate sobre a violência para dar uma resposta concreta à sociedade. “Nós somos representantes do povo e temos que todos os dias debater nessa Casa a questão da violência. Não vou mudar do meu bairro pra poder me sentir seguro, quero continuar lá. O povo que nos colocou aqui, querem uma resposta quanto à segurança pública”, enfatizou.