Você está aqui: Início Últimas Notícias Comunicadores manifestam pesar e ressaltam atuação de Narcélio no radialismo cearense
Daniel Sampaio, coordenador de Comunicação Social da Assembleia Legislativa, afirma que a comunicação cearense, e em especial a Assembleia Legislativa, perde um dos seus mais valorosos quadros. “Narcélio Limaverde sempre foi uma inspiração para todas as gerações que tiveram a honra de acompanhar a jornada desse grande profissional, que atuava sempre com ética e muita generosidade. O momento é de luto e de gratidão por tantos ensinamentos e dedicação que ele teve com a nossa FM Assembleia até seus últimos dias, um privilégio para o Parlamento e para toda a sociedade cearense”, acentua.
A jornalista e ex-diretora da rádio FM Assembleia (96,7HMz), Fátima Abreu, definiu Narcélio como “a voz do Rádio”. Ela lembra que o programa Narcélio Limaverde foi ao ar no dia da inauguração da emissora (06/11/2007), que teve o radialista como fundador. “Nunca faltou. Mesmo doente, ia fazer o programa. Era de uma dedicação imensa. E eu tive a felicidade de conviver e aprender com ele. Produzia o seu programa com muito carinho”, relata.
Na produção, lembra Fátima Abreu, Narcélio contribuía com a redação do Fortaleza Antiga, quadro que abria o programa, no qual ele falava sobre sua vida na cidade que tanto amou. “Ninguém falava tão bem sobre Fortaleza. Ele conhecia tudo. Acordava bem cedinho, de madrugada, ouvindo todas as rádios que podia, lia todos os jornais e estava sempre muito atualizado. Narcélio não parou no tempo. Ele é da mídia completa! Estava em tudo. E nós trabalhávamos nesse sentido”, pontua.
Colaborando atualmente com a Revista Plenário, a jornalista ressalta o privilegio de ter esse convívio com o profissional. “Que bom ter convivido com ele. Agora eu sei que seria muito difícil fazer uma rádio sem ele”, completa.
“Hoje a rádio FM Assembleia amanheceu triste, com a morte do Narcélio Limaverde. Mesmo aos 90 anos, ainda estava no ar”, afirma o gerente geral da emissora, Rafael Luiz Azevedo. Segundo ele, desde o início da pandemia, Narcélio enfrentava alguns problemas de saúde, por isso o programa dele vem sendo apresentado pela jornalista Kézya Diniz. “Mas ainda contávamos com as suas crônicas, nas quais ele relembrava histórias sobre a Fortaleza antiga”, assinala ele.
O jornalista ressalta ainda que, embora não tenha tido o privilégio de conhecer pessoalmente Narcelio, ouve das pessoas que o conheceram que ele era um profissional que adorava o que fazia. “Raramente faltava, precisava ser algo sério como o que ele enfrentava atualmente. Merece todas as homenagens dos colegas radialistas e jornalistas".
O presidente da Associação Cearense de Imprensa (ACI) e chefe do Núcleo de Comunicação Interna da Assembleia Legislativa do Ceará, Salomão de Castro, disse que, como jornalista, radialista e homem público, Narcélio deu grandes contribuições ao Ceará. “Sócio há 64 anos da Associação Cearense de Imprensa, era uma referência para gerações de jornalistas e radialistas e exerceu dignamente todas as funções em que atuou. Que Deus esteja com seus amigos, familiares e admiradores”.
O presidente do Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa, jornalista Marcário Batista, também lamenta a morte do radialista. Em comentário na rede social, lembra seu primeiro encontro, formal, em julho de 1962, na Rádio Tupinambá de Sobral, em que recebeu Narcélio e todo o grupo da rádio Dragão do Mar para as festas de inauguração da emissora.
"Levado ao estúdio, ouvi em primeira audiência a inconfundível voz do Narcélio Limaverde, já o mito da narração, num jingle cortado em Fortaleza, em que ele lia o texto do Padre Palhano sobre o Nosso Nome... solene, o querido amigo de todos esses anos, o Narcélio que um dia foi 'meu' apresentador do Bom Dia Ceará, dizia: 'Abençoa, Dom José, daí do céu, donde gozas da visão beatífica de Deus, os nossos trabalhos, a nossa luta, o nosso nome'. É desse querido amigo, assim, com uma narração encantadora e sempre um sorriso em nossos encontros que vou levá-lo comigo, no coração, na alma, na memória, na saudade”, despede-se Macário.
BIOGRAFIA
“Se o mundo acabar, quem vai dar a notícia será o rádio”. Essa frase foi cunhada e repetida várias vezes pelo radialista Narcélio Limaverde, voz constante das emissoras do Ceará por mais de 70 anos.
Narcélio Limaverde era casado com Helenira Leite Limaverde, deixou os filhos Sérgio, Adriana, Vládia e Narcélio Filho. Nasceu em Fortaleza/CE, a 08 de agosto de 1931. Iniciou a carreira como radialista na Ceará Rádio Clube PRE-9, em 1954, onde também ocupou a função de assistente da Direção Comercial.
Ele atuou em todas as emissoras de Fortaleza. Foi dirigente das rádios Assunção, Dragão do Mar e Jornal do Comércio, de Recife. Igualmente, dirigiu a rádio e TV Verdes Mares e a Norton Publicidade. Foi o primeiro apresentador do telejornal da TV Ceará, canal 2, dos Diários Associados em 1960. Funcionário estadual da Secretaria do Interior e Justiça durante 20 anos, foi assessor de relações públicas e diretor da Teleceará, onde trabalhou 28 anos, aposentando-se em 1994.
Foi eleito deputado estadual mais votado em 1986, pelo PMDB. Ocupou cadeira de deputado constituinte estadual de 1989, tendo atuação destacada nas iniciativas voltadas às questões sociais.
LS/CG/com Comunicação Interna