O parlamentar espera que no próximo ano o Ceará tenha um inverno regular, que normalize a situação dos habitantes daquela região. “Este final de ano tem sido um dos mais difíceis, não para o homem, mas para o animal. Hoje, o nosso rebanho corre risco de se dizimar porque a situação está difícil. Portanto, o que esperamos é que venha um bom inverno para que possamos resolver esse problema”, acrescentou.
FOME ZERO
Uma reportagem publicada na edição de hoje do jornal O Povo afirma que a distribuição de leite de gado e cabra do Programa Fome Zero se encontra ameaçada pelos efeitos da seca que afetou o Nordeste brasileiro este ano.
A matéria diz que, na mesma região dos Inhamuns, pelo menos 2.491 crianças, em oito municípios, poderão ficar sem receber o alimento repassado pelo programa, que é uma parceria entre os governos Federal e Estadual.
Também de acordo com a reportagem, o alerta veio da Cooperativa dos Produtores de Leite dos Inhamuns (Cootaleite) e da empresa Laticínios Veneza, responsável pelo beneficiamento do produto em Tauá.
Segundo o veterinário Antônio Marcos Marcelino, antes do agravamento da seca os pecuaristas cooperados vendiam 64 mil litros de leite por mês para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Com a estiagem, esta produção caiu cerca de 60%.
Além disso, a Cootaleite, que recolhia o leite em 135 propriedades produtoras, reduziu para 92 o número de pontos de coleta. De acordo com Marcelino, 43 pecuaristas deixaram de vender para o Fome Zero porque perderam ou negociaram os animais.
A matéria do jornal O Povo cita como causas dessa situação a escassez de pastagem e, principalmente, a falta de água para o consumo animal, que vem provocando a redução do rebanho leiteiro de gado e caprinos dos Inhamuns. Antônio Marcelino destaca que, antes da seca, a região contava com 60 mil cabeças gado e, mesmo sem números sistematizados, há registro de um êxodo de milhares de animais para o Maranhão ou Pará.
O jornal o Povo informou também que o secretário do Desenvolvimento Agrário do Ceará, Nelson Martins, prevê para o próximo mês de novembro o pagamento de R$ 0,80 pelo litro de leite fornecido pelos produtores dos Inhamuns.
Segundo Nelson, o atraso no reajuste se deve a um processo burocrático entre o Estado e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). “O aumento foi autorizado e estamos aguardando a publicação oficial do aditivo”, complementou o secretário.
Nelson Martins destacou ainda que o investimento financeiro para a compra do leite do Fome Zero é suficiente para atender 100 mil famílias no Ceará. Porém, por causa da estiagem deste ano e a queda na produção, a distribuição está beneficiando apenas 80 mil cadastrados.
RT/LF