Segundo a coordenadora do Núcleo de Saúde Mental da Assembleia, Rejane Sales, as oficinas, que têm o lema “Falar para despertar”, estão indo aos municípios cearenses para abordar a problemática da depressão e do suicídio com os jovens da rede pública de ensino.

“Muitas vezes, esses jovens não têm a dimensão, a noção ou a consciência devida dos sinais que podem levar ao adoecimento ou ao agravamento de um caso de depressão. E nós chegamos com essa fala lúdica, por meio das cartilhas que preparamos, com o propósito de disseminar o tema e as orientações acerca dos primeiros sinais do adoecimento mental, promovendo saúde e conscientização”, apontou Rejane Sales.

Ainda de acordo com ela, ao final das oficinas realizadas nos municípios, vai ser elaborado um relatório, em que vão ser apresentados indicadores de quantos alunos participaram das atividades, escolas visitadas, entre outros indicadores. A intenção, segundo a coordenadora, é cruzar dados de saúde mental das cidades visitadas com o que foi coletado nas visitas, no sentido de ampliar as ações do Setembro Amarelo para os anos seguintes.

A coordenadora do Núcleo de Mediação e Gestão de Conflitos da AL, Juliana Holanda, destacou que as atividades da oficina são voltadas para a conscientização e prevenção sobre o suicídio e outros transtornos relacionados, como a depressão, por meio de práticas que favorecem o autoconhecimento e o contato com as emoções e sentimentos.

A diretora da EIT Maria Dias Ibiapina, Maria Sandra Teixeira Pereira, considerou o momento como de extrema importância, incentivando os alunos a aproveitarem a oportunidade de se aprofundarem no assunto. “O Setembro Amarelo é um momento muito importante. Que esse assunto não fique restrito a esse mês, mas sim que ele possa trazer conhecimentos e essa busca por competências socioemocionais durante o ano todo”, enfatizou.

Na opinião do estudante Francisco Julião de Lima Filho, de 14 anos, é muito necessário que os jovens sejam estimulados a debater esses assuntos, pois, embora considere que pessoas de qualquer faixa etária estejam sujeitas a enfrentar problemas desse tipo, os jovens podem estar mais vulneráveis, por uma série de fatores. “Nós ficamos mais vulneráveis a coisas do nosso entorno, bem como a coisas pessoais nossas. Muitas vezes perdemos um parente, como foi o meu caso, e ficamos com mais ansiedade ou algo pior, e abrimos mão do cuidado, por uma teimosia da nossa idade”, comentou.

Ainda para o estudante, “às vezes, é melhor insistir e perseverar por uma pessoa que está passando por um momento de dificuldade agora, do que você deixar ela escapar do seu alcance e algo pior acontecer com ela no futuro, o que vai afetar não só a ela, mas a nós também”.

SETEMBRO AMARELO ITINERANTE

A Oficina Despertar é um espaço criado por servidores dos núcleos de Saúde Mental, de Mediação e Gestão de Conflitos e de Práticas Sistêmicas Restaurativas, vinculados ao DSAS da AL e voltados para práticas de autoconhecimento, autocuidado, aprendizagem da comunicação adequada e discussão sobre saúde mental.

A iniciativa conta com material de apoio próprio: a cartilha "Oficina Despertar", criada pelas profissionais do DSAS e publicada pelo Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp). A publicação apresenta informações sobre questões relevantes para a saúde mental, como autoconhecimento, resiliência, comunicação, relacionamentos, identificação de sentimentos e emoções e as formas de pedir ajuda.

Além de Sobral, a oficina já esteve nos municípios de Baturité, Caucaia e Quixadá. Serão visitados ainda os municípios de São Benedito (20/09), Horizonte (22/09), Maracanaú (27/09), Cascavel (28/09), Aquiraz (29/08) e Fortaleza (com data e local ainda a definir).
PE/RG/LF