Você está aqui: Início Últimas Notícias No Dia da Consciência Negra, deputados apontam desafios para combater racismo
Parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará ressaltaram a relevância sócio-histórica da data, que faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da luta contra a escravidão no país, e comentaram sobre os desafios da sociedade brasileira para combater o racismo no país.
O assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro que foi espancado e morto por seguranças de um supermercado Carrefour no último dia 19/11, foi repudiado pelos deputados.
O Dia da Consciência Negra está incluído no Calendário Oficial do Estado do Ceará, a partir da lei 16.493 , de 19 de dezembro de 2017, aprovada pela Assembleia Legislativa do Ceará por iniciativa da então deputada estadual Rachel Marques (PT) e sancionada pelo governador Camilo Santana (PT)
Em entrevista à FM Assembleia, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da AL, deputado Renato Roseno (Psol), ressaltou que a formação da sociedade brasileira surgiu a partir de um projeto racista e escravista, cujas raízes se perpetuam até hoje na discriminação e falta de igualdade de acesso às oportunidades.
“Basta você olhar todos os indicadores sociais, de homicídio, de encarceramento e de salários. A população negra continua sendo oprimida, explorada e mais discriminada. Portanto, o Dia da Consciência Negra é um dia para formar, educar, alertar as pessoas do Brasil da necessidade de combaterem o racismo, o preconceito racial e, sobretudo, lutarem por outro projeto de sociedade que supere esse abismo racial ainda existente entre nós”, afirmou.
Para o primeiro secretário da Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), as violências cometidas contra o povo negro nos dias atuais são resultado de um processo histórico em que negros eram escravizados e viviam em difíceis condições sociais. “Precisamos de políticas públicas que façam reparações históricas com a essa população e que combatam as desigualdades sociais para que tenhamos uma sociedade mais justa”, enfatizou.
Já o deputado Guilherme Landim (PDT) reforçou, por meio de suas redes sociais, a necessidade de questionar as estruturas sociais, rever comportamentos naturalizados e apoiar iniciativas de promoção de direitos dos negros e negras. “O combate ao racismo se faz na prática diária e precisa do engajamento de todos nós”, salientou.
Diversos parlamentares destacaram o Dia da Consciência Negra em suas redes sociais e os desafios existentes na sociedade para promover a igualdade.
O deputado Júlio César Filho (Cidadania) apontou que, “em uma sociedade na qual os brancos ganham 68% a mais do que os negros, conforme dados do IBGE, fica evidente o racismo estrutural que ainda está presente nos dias atuais”, ressaltando o compromisso com a defesa da igualdade.
O deputado Heitor Férrer (SD) destacou que o direito à igualdade está previsto na Constituição Federal, mas que a “a desigualdade, o desrespeito e a discriminação se perpetuam diariamente em nossa sociedade pela falta de políticas públicas que priorizem a promoção do respeito e igualdade de direitos da nossa população negra”.
A deputada Érika Amorim (PSD) ressaltou que a data é uma celebração ao resgate diário da identidade. A parlamentar indicou ainda que não há democracia com racismo e que “o maior desafio da nossa República não foi superar o império e sim a escravidão”.
O deputado Acrísio Sena (PT) relembrou que o 20 de novembro ficou marcado na história das lutas populares pela libertação do povo negro por ser a data do assassinato do emblemático líder Zumbi dos Palmares. Para o parlamentar, é preciso lembrar da resistência do povo negro diariamente para “avançar na luta por uma sociedade livre de toda forma de opressão”.
ASSASSINATO JOÃO ALBERTO
Os deputado Moisés Braz (PT), Augusta Brito (PCdoB) e deputado Elmano Freitas (PT) repudiaram, em suas redes sociais, o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro que foi espancado e morto por seguranças de um supermercado Carrefour, na cidade de Porto Alegre (RS), na noite de quinta-feira (19/11).
“O homicídio que vitimou João Alberto Silveira merece o amplo repúdio e mobilização da sociedade brasileira pela condenação exemplar dos seus autores. Não pode ser tratado como mais um. Afinal de contas, o racismo está escancarado neste país há séculos”, ressaltou. “Hoje é, portanto, mais um dia triste para o Brasil. Por isso, a luta tem que continuar”, afirmou Moisés Braz.
A deputada Augusta Brito (PCdoB), ressaltou que “esse dia é para lembrarmos de Beto (João Alberto), Marielle, Miguel e tantos outros que tiveram suas vidas ceifadas unicamente pela cor de sua pele”. Para a parlamentar, a mudança dessa realidade é uma tarefa diária e coletiva.
Já o deputado Elmano Freitas acentuou que o crime cometido contra João Alberto reforça a necessidade de denunciar, com urgência, o sistema de desigualdades e opressão contra o povo negro. “Esse caso precisa de ampla investigação para que os culpados sejam responsabilizados”, defendeu.
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SA/BD