Você está aqui: Início Últimas Notícias Acesso a serviços de saúde mental é defendido em live sobre Setembro Amarelo
A identificação das pessoas em situação de risco de cometer suicídio e com transtornos mentais e, principalmente, o encaminhamento ao serviço especializado de saúde mental e profissionais qualificados para a abordagem foram apontados como essenciais na prevenção ao suicídio.
A psiquiatra Camila Herculano, convidada da live, ressaltou que a ideação suicida é um marcador de gravidade de alguém que precisa de ajuda. A pessoa precisa ser acolhida, famílias e amigos devem estar atentos aos sinais, mas é essencial o encaminhamento para o atendimento especializado, apontou.
Segundo Camila, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, anualmente, 800 mil pessoas cometem suicídio no mundo. No Brasil, chega a 10 mil, número alarmante e crescente. Outro ponto que precisa de atenção, pontuou, é a quantidade de casos entre jovens de 15 a 29 anos, faixa em que o suicídio chega a ser a 1ª ou 2ª causa de morte.
A psiquiatra comentou que mais de 90% dos casos de pessoas que cometem suicídio estão relacionados à existência de transtorno mental, por isso identificar e tratar os transtornos também está na base das ações de prevenção. Essa questão está diretamente relacionada ao efetivo acesso aos serviços de saúde mental, que, mesmo que tenha avançado nos últimos anos, ainda é um desafio a ser enfrentado.
Entre os transtornos mentais que se destacam na relação com o suicídio estão a depressão, que atinge, em algum momento da vida, cerca de 25% das mulheres e 10 a 12% dos homens, o transtorno bipolar, a esquizofrenia, o transtorno de personalidade e a dependência de álcool e outras substâncias, elencou Camila Herculano.
A psiquiatra, que atende no Hospital Universitário Walter Cantídio e no Centro de Assistência Psicossocial (CAPS) em Fortaleza, comentou que a campanha do Setembro Amarelo é importante para expor o assunto, desconstruir tabus e mitos, mas o canal de diálogo sobre suicídio e sobre saúde mental precisa estar aberto o ano inteiro.
Ela lembrou ainda que, este mês, o Sistema Único de Saúde (SUS) completa 30 anos de existência e é necessário, cada vez mais, debater e agir para que os serviços de saúde mental sejam mais acessíveis e mais pessoas possam ser cuidadas.
Greyce Guimarães, psicóloga do Departamento de Saúde da Assembleia Legislativa e mestre em Psicologia Social Interface com a Saúde, destacou a relevância de ter um espaço de diálogo sobre o suicídio e as formas de prevenir, temática que, segundo ela, é delicada, desafiadora e de extrema importância para os profissionais da saúde e para a sociedade em geral.
A psicóloga da AL apontou que dados indicam que de 50 a 60% das pessoas que cometem suicídio não passaram por nenhum serviço de atendimento de saúde mental. A situação indica a importância do encaminhamento das pessoas que estão em sofrimento de forma avassaladora para “serviços adequados, rede de apoio especializada e profissionais capacitados para essa abordagem”.
SA/CG