O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Sarto (PDT), elogiou a realização da audiência e ressaltou a importância de debater sobre a educação no Ceará, que vem se tornando referência na área.

A vice-governadora Izolda Cela disse que considera o projeto revolucionário e afirmou que é importante que o Estado se comprometa com a expansão de um modelo de educação como o que é praticado pelo Prece. 

Durante o debate, os estudantes e professores que participam ou já fizeram parte do Programa de Estímulo à Cooperação na Escola tiveram a oportunidade de falar sobre suas experiências. Eles ressaltaram a história desse projeto, que começou em 1994, em uma comunidade rural da cidade de Pentecoste, e hoje tem mais de mil professores da rede pública, com formação em aprendizagem cooperativa e solidária, e ajudou mais de 600 estudantes a ingressarem em universidades.

Os participantes do projeto destacaram também a metodologia do projeto, que se baseia na aprendizagem cooperativa e solidária e no estímulo ao protagonismo dos estudantes.

O idealizador do programa, professor Manoel Andrade, disse que o protagonismo que ele defende é “o cooperativo e solidário do estudante com a escola”. Ele sugeriu que seja criado um grande programa no Estado para ensinar os estudantes a transformar suas ideias em projetos práticos. O professor propõs ainda que seja criada uma plataforma onde sejam cadastradas as ideias e soluções dos estudantes para os problemas encontrados nas escolas, para que as instituições de ensino troquem experiências. “Vamos desenvolver um programa para que os estudantes sejam desafiados a fazer coisas que nunca fizeram”, sugeriu. 

Os resultados alcançados pelo Prece despertaram o interesse em professores de outros estados. A professora Ana Maria de Renzo, membro do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso, falou sobre a implantação de um programa de células cooperativas em seu estado e ressaltou que a metodologia baseada na cooperação “vai além de formar um profissional. A gente pode fazer um mundo melhor. A escola tem esse trabalho”,  ressaltou.

O superintendente do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), Eudoro Santana, disse que o Programa de Estímulo à Cooperação na Escola é motivo de orgulho para o Ceará porque “vai além de um projeto pedagógico, é um projeto de vida. Dá luzes para a construção de uma nova sociedade”. 

Para o secretário de Educação, Rogers Mendes, o programa é inspirador e desperta reflexões. “A fundação social da escola não se limita ao ensino”, destacou. Ele informou ainda que a secretaria está analisando a possibilidade de ampliar o Prece para mais escolas do Estado. 

O secretário adjunto da Secretaria Municipal de Educação (SME), Jefferson Maia, declarou que o programa “tem uma metodologia revolucionária. Parte da transformação que a sociedade cearense vê na educação nos últimos anos tem a marca da Prece”, pontuou.

O professor Custódio Almeida, da UFC, acredita que uma educação que preza por competição e individualismo reforça desigualdades e que a aprendizagem cooperativa se opõe a esse modelo de forma transformadora. “Esse projeto deve se afirmar como política pública”, sugeriu.             

JM/CG