Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas defendem redução de carga tributária sobre classes baixa e média
A maioria dos internautas (49.3%) respondeu que a prioridade deve ser a diminuição da carga tributária sobre as classes baixa e média e o aumento da contribuição dos mais ricos. Já 29.3% dos participantes consideram que deve ocorrer a redução do número de impostos e descentralização dos recursos federais para estados e municípios. Outros 21.3% defenderam a priorização da unificação dos impostos e redução do peso sobre a classe média, ampliando a participação dos segmentos de maior poder aquisitivo.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) assinalou que é importante focar na diminuição da carga tributária sobre menores salários. “Quem ganha mais deve contribuir com mais, e quem ganha menos, com menos”, defendeu. O parlamentar apontou ainda que a tributação deve diminuir sobre a produção e aumentar sobre a especulação e, ao mesmo tempo, fazer um encaminhamento mais direcionado para áreas da saúde, educação e geração de emprego e renda.
O deputado Renato Roseno (Psol) também defendeu que o Brasil precisa fazer uma profunda reforma tributária, que onere os mais ricos e desonere os mais pobres. “Quem paga mais imposto proporcionalmente são os trabalhadores com faixas de renda mais baixas. Até cinco salários mínimos, apenas 30% da renda é isenta de impostos. Já entre as elites que ganham acima de 60 salários mínimos, a equação se inverte, e 70% da renda declarada é isenta”, disse.
O parlamentar explicou que o sistema tributário funciona como uma máquina de concentrar renda. “Trata-se de uma estrutura que foca a cobrança de impostos na produção e no consumo e alivia na cobrança sobre a renda, patrimônio e operações financeiras. Quase 50% de tudo o que se arrecada vem do consumo, enquanto apenas 21% vem da renda e 4,4%, de impostos sobre patrimônio”, afirmou.
O economista Ricardo Coimbra, professor do Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7), enfatizou que a visão do contribuinte em relação à carga tributaria é que esta é intensiva, principalmente sobre cidadão de menor renda, que paga em impostos e também no consumo de bens e serviços. “As pessoas estão vendo na reforma a possibilidade de um reordenamento na carga tributária, gerando perspectiva de tributação menor para as classes menos favorecidas”, disse.
O economista ressaltou que, para possibilitar a redução da tributação a longo prazo, seria necessária a redução nos gastos públicos “Para isso, paralela à reforma tributária, precisaríamos também de uma reforma de Estado, reduzindo significativamente os gastos na área legislativa, judiciária e executiva”, afirmou.
Ricardo Coimbra salientou ainda que a reforma tributária deve reordenar a carga, porém não necessariamente gerar redução significativa de impostos, uma vez que a situação do Estado, de um modo geral, é de déficit ao longo dos últimos anos. “A reforma tributária deve ordenar a maneira de arrecadação, impactando cada vez menos no setor produtivo, para gerar emprego e renda”, avaliou.
GM/LF