Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas defendem ações efetivas para garantir registro de nascimento
A maioria (72,7%) dos internautas defende a adoção de campanhas e ações efetivas, como a desenvolvida pela Defensoria Pública para assegurar a certidão de nascimento a essas crianças. Já outros 27,3% acreditam que seja por meio de uma legislação mais eficaz, que preveja inclusive a punição a pais e mães que não registrarem seus filhos.
O deputado Ferreira Aragão (PDT) concorda com a opinião da maioria, destacando a relevância de campanhas educativas, e propõe o acompanhamento do Ministério Público, “como fiscal da lei”, no ato do registro de nascimento. “Se não qualquer um pode chegar e registrar a criança como filho”, explica.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, deputada Rachel Marques (PT), destaca que, por meio do Núcleo de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (Nadij), a Defensoria Pública do Estado tem desenvolvido um importante trabalho de averiguação e investigação para garantir o registro das crianças.
Para a parlamentar, são ações que devem ser fortalecidas. Rachel Marques diz que há mais de 10 anos o Brasil assumiu o Compromisso Nacional pela Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento, com o objetivo de zerar o número de crianças sem a certidão. “Os dados ainda assustam, mas ações conjuntas nas escolas, conselhos tutelares e casas de apoio podem nos ajudar a reduzir esses números”, acrescenta.
O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará (OAB-CE) –, Antônio José de Souza, afirmou que a opção escolhida pela maioria dos internautas é de fato a mais adequada. "Não se pode ignorar a realidade das pessoas em um País de dimensões continentais e que grande parte da população não possui acesso à informação e outras condicionantes que dificultam o acesso a serviços”, observa.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Universidade Federal do Ceará (UFC), Beatriz Rêgo Xavier, concorda com o resultado da pesquisa, entendendo que ações de educação em cidadania e direitos humanos para toda a população são instrumentos poderosos para a efetividade dos direitos.
Segundo ela, cabe ao Poder Público, em todas as esferas e instâncias, assim como à sociedade, conjuntamente, criar os mecanismos de inclusão de todas as pessoas, por meio de medidas de educação e promoção de direitos e também pela busca ativa, notadamente as que constituem os chamados grupos vulneráveis. “Acredito que a penalização das famílias que não fazem o registro civil de seus filhos e filhas não constitui medida eficaz, além de inibir aqueles que pretendem regularizar a omissão”, pondera.
LS/AT