Você está aqui: Início Últimas Notícias Deputado propõe a criação de Frente Parlamentar em defesa da Petrobras
O debate foi realizado a pedido do deputado Moisés Braz (PT). O parlamentar informou que vai propor a criação na AL de uma Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras “para reforçar a luta em defesa desse patrimônio que é do povo”, destacou.
Moisés Braz ressaltou que a privatização irá prejudicar o Ceará, pois inclui a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), que é uma das empresas que mais arrecadam Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Estado, uma das líderes nacionais em produção de asfalto, a única no País a produzir lubrificantes naftênicos, além de gerar muitos empregos diretos e indiretos. “A refinaria tem grande importância social. Estamos ameaçados, se não continuarmos tendo esse patrimônio", enfatizou.
Para o vereador Ronivaldo Maia (PT), não existe patriotismo em um governo que quer vender a Petrobras. “O petróleo está no coração do desenvolvimento de qualquer nação. O propósito do governo não é patriota”, criticou.
O ex-presidente da Petrobras, Sergio Gabrielle, explicou que o Brasil seguirá na contramão se vender a maior parte das suas refinarias. Segundo ele, o petróleo é uma indústria estratégica não só do ponto de vista econômico, mas também militar. Ele destacou que, enquanto o Governo do Brasil fala em vender a Petrobras, 90% das reservas mundiais de petróleo estão sob controle de empresas estatais, devido a importância do setor. Gabrielle esclareceu também que essas estatais se fortaleceram ao se tornarem empresas integradas de petróleo. Ou seja, quando dominam diversas etapas dessa indústria. Gabrielli observou que a Petrobras já está sendo privatizada, pois as ações preferenciais das empresas que estavam sob a posse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Soberano, já foram todas vendidas, e restam apenas as ações preferenciais que pertencem à Caixa Econômica.
O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel, declarou que, sob o discurso de combate à corrupção, foi feita uma campanha para desestruturar todo o segmento de óleo e gás. “A corrupção tem que ser combatida, mas não se pode aniquilar a empresa”, ressaltou. “Tivemos o País a pleno emprego, com a Petrobras respondendo por 13% do PIB (Produto Interno Bruto). Hoje, são milhões de desempregados. Só no setor de petróleo e gás 1,5 milhão de pessoas estão desempregadas. E ainda estão entregando o patrimônio da empresa”, pontuou.
Para Samara Martins, do Movimento Luta de Classes, a maioria da população não sabe que oito refinarias serão vendidas e é preciso que isso seja divulgado. Ela acrescentou que os meios de comunicação querem convencer a população de que há prejuízos na estatal, mas, em 2018, o lucro líquido da empresa foi de R$ 25,79 bilhões. “A privatização da Petrobras chegará no bolso das pessoas. Vai resultar em mais desemprego e precarização do trabalho”, alertou.
Também estiveram presentes ao debate o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo (Sindipetro), Jorge Oliveira; Movimento de Luta em Bairros, Vilas e Favelas, Elieuda do Nascimento; Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gleidson Rodrigues; e Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wil Pereira.
JM/AT