Você está aqui: Início Últimas Notícias Psicóloga diz como evitar que crianças sejam vítimas de crimes na internet
A deputada Érika Amorim (PSD), requerente do debate, lembrou o nível de exposição a que crianças e adolescentes se submetem atualmente nos ambientes virtuais. “São ambientes dinâmicos e atrativos, mas onde também se disseminam desafios, como essas brincadeiras que, por falta de noção por parte das crianças e adolescentes quanto aos riscos, acabam aderindo a esses ‘desafios’, que provocam sequelas permanentes e até acidentes fatais”, frisou.
O deputado Queiroz Filho (PDT) também ressaltou a importância do debate. Ele lembrou que protocolou requerimento parabenizando a operação da Polícia Civil de combate aos crimes de pedofilia e, na oportunidade, solicitou que o mesmo equipamento fosse usado para detectar as pessoas que promovem esse tipo de desafios na internet.
“Promover esse tipo de brincadeira entre as crianças, se é que isso pode ser chamado de brincadeira, é crime, e esses criminosos precisam ser detectados. Grande parte do conteúdo cultural acessado hoje pelos jovens está na internet, e ela precisa ser um território seguro para nós e para nossas crianças”, defendeu.
Fabiana Vasconcelos considerou que as crianças têm acesso a uma gama de informações via internet que não é filtrada nem monitorada pelos pais. A adolescência, conforme observou, é um período de experimentação, formação de grupos, gosto por desafios e criatividade.
“Desafiar-se na adolescência, competir, é natural, e desafios como esses colocados trazem alguma recompensa subjetiva para a criança ou adolescente, que busca aceitação”, lembrou. Ela ponderou, entretanto, que as intenções dos jovens ao aderir a tais “'brincadeiras' não são suicidas”.
A psicóloga informou que o Instituto Dimicuida, juntamente com a Sociedade Brasileira de Pediatria e outras entidades competentes, tem formulado soluções, baseadas em pesquisa realizada no Brasil e em diversos países, no sentido de diminuir os índices de sequelas e óbitos envolvendo tais práticas.
A participação da família, por exemplo, deve ser total. Para ela, é de grande importância o diálogo entre pais e filhos, assim como o envolvimento com o universo dos filhos e uma educação para o mundo digital.
“Os pais precisam continuar sendo os guias do comportamento dos filhos. Os alertas feitos sobre os perigos do mundo real devem permanecer, mas devem acrescentar, agora, os alertas sobre os perigos do mundo virtual, considerando que vivemos uma cultura hoje que, basicamente, depende do mundo virtual”, disse.
A escola também deve participar dessa prevenção, criando campanhas e prestando auxílio nessa nova educação para o mundo digital, recomendou.
O fundador do Instituto Dimicuida, Demétrio Jereissati, informou que 41 casos de crianças e adolescentes vítimas desse tipo de desafio foram computados em todo o Brasil apenas este ano. “Houve muitas crianças que adquiriram sequelas dos mais variados tipos, além de alguns acidentes fatais”, salientou.
Entre as sequelas estão cegueira temporária ou permanente, perda do controle motor, coma, convulsões, paraplegia, ataques cardíacos, deficiência renal e até casos de morte cerebral.
O Instituto Dimicuida, explicou, surgiu após um adolescente de 16 anos perder a vida praticando um jogo de desmaio. “Nosso objetivo é preservar a vida de outros jovens, desenvolvendo estudos e pesquisas e trocando informações com outras entidades do mundo inteiro.
A audiência contou também com a participação de alunos da Escola de Ensino Fundamental Augusto César Sales, localizada em Caucaia, e da sua diretora, Germana Campos.
PE/CG