Você está aqui: Início Últimas Notícias Terceira edição do Papo com Mulheres debate impactos da reforma previdenciária
Segundo a presidente da Procuradoria Especial da Mulher, deputada Augusta Brito (PCdoB), as mulheres precisam estar envolvidas na discussão e cobrar dos deputados federais que a PEC 6/19 não seja aprovada. A parlamentar também se posicionou contrária à reforma e possíveis emendas ao projeto. “Até agora, não vi o que pode ser emendado que não vá prejudicar especialmente as mulheres”, pontuou.
A primeira-dama da AL, Natália Herculano, também participou do evento e ressaltou que o debate sobre a reforma tem de ser trazido para toda a população. “A reforma pode ser muito cruel, e a gente tem que estar alerta, cobrando inclusive dos nossos deputados federais”, afirmou.
Para a psicóloga e diretora de comunicação da União Brasileira de Mulheres no Ceará (UBM), Gabriela Freitas, a reforma previdenciária também representa uma forma de violência contra as mulheres. “A gente morrer trabalhando também é uma violência contra a gente”, enfatizou.
Rememorando uma série de direitos adquiridos pelas mulheres ao longo da história, como o direito ao voto feminino (em 1932) e ao divórcio (em 1977), Gabriela também apontou que é preciso lembrar que todos os direitos são conquistas. “Todos esses são processos de luta, sempre casados de mobilização e de articulação política com deputados e deputadas empenhados com essa pauta. E também são formas de barrar os retrocessos, como a reforma da Previdência”, salientou.
Já a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Ceará (Sindsaúde), Marta Brandão, ressaltou os impactos da reforma na aposentadoria das trabalhadoras rurais. Marta frisou que a PEC 6/19, em tramitação no Congresso Nacional, vai unificar a idade mínima para trabalhadores e trabalhadoras rurais, estabelecendo 60 anos de idade mínima e 20 anos de contribuição para recebimento do benefício.
“Se a gente for considerar a trabalhadora rural, que tem dupla jornada de trabalho – em casa e na roça –, que está exposta a uma atividade insalubre, que não tem direito a férias, não tem direito a décimo terceiro e, quando completa 50 anos de atividade laboral no campo, ela reduz a capacidade laboral, é muito mais agravante”, avaliou Marta Brandão, também citando as professoras como uma das categorias mais afetadas negativamente pela proposta da reforma.
O encontro do projeto Papo com Mulheres teve ainda a presença da presidente do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC) e ex- deputada estadual, Meire Costa Lima.
O projeto propõe a realização de rodas de conversa abertas ao público, nas primeiras quartas-feiras de cada mês, com o objetivo de aprofundar o conhecimento e a reflexão da sociedade civil, em especial das mulheres, sobre os mais diversos temas.
A iniciativa da Procuradoria Especial da Mulher (PEM) da Assembleia Legislativa teve sua primeira edição em dezembro de 2018 e debateu a violência contra a mulher na internet. Em fevereiro deste ano, o evento discutiu empreendedorismo feminino.
BD/CG