Você está aqui: Início Últimas Notícias Empreendedorismo feminino é tema da 2ª edição do Papo com Mulheres
A presidente da Procuradoria Especial da Mulher, deputada Augusta Brito (PCdoB), destacou que o empreendedorismo feminino não se resume a um negócio, mas também tem um importante aspecto social.
Segundo a parlamentar, pesquisas indicam que 70% das mulheres que sofreram violência doméstica voltavam a viver com o agressor porque dependiam financeiramente do companheiro. Ela ressaltou que o empreendedorismo pode ajudar essas mulheres a saírem de situações desse tipo. Pensando nisso, a deputada explicou que apresentou um projeto de lei que determina a reserva de 5% das vagas em empresas prestadoras de serviço ao Estado para mulheres vítimas de violência doméstica.
Augusta Brito afirmou também que pretende conhecer melhor a situação das mulheres empreendedoras de bairros mais pobres e que vai buscar parcerias com instituições de ensino para que sejam oferecidos cursos de capacitação a essas pessoas.
A sobrecarga de trabalho doméstico foi destacada pela vereadora Larissa Gaspar (PPL) como uma das grandes dificuldades para as mulheres que querem ter uma renda. “As mulheres ficam sobrecarregadas com os trabalhos domésticos e têm menos tempo para se qualificar ou buscar emprego”, ressaltou. Ela defendeu o debate sobre a divisão igualitária das tarefas domésticas. A vereadora sugeriu que o projeto Papo com Mulheres debata, na sua próxima edição, as consequências da reforma previdenciária para as mulheres.
A pedagoga e chefe de Departamento de Relações Empresariais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Maíra Nobre, enfatizou que é preciso que existam políticas públicas mais abrangentes para as mulheres, que permitam que elas trabalhem e gerem renda. Ela também explicou que existem três fatores fundamentais para o empreendedorismo: a formação, as políticas públicas para essa área e programas de fomento.
Maíra Nobre informou ainda que o IFCE oferece cursos de extensão para mulheres que querem empreender e que essas capacitações acontecem nas comunidades, podendo ser solicitadas à instituição.
A necessidade de capacitação em temas específicos para garantir o sucesso do negócio foi lembrada pela coordenadora do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), Sueli Vasconcelos. Ela ressaltou que oferecer conhecimentos sobre finanças, gestão e inovação é necessário e que o Centec também pode colaborar com capacitações.
O encontro do projeto Papo com Mulheres teve ainda a presença da digital influencer Luana Passos, de representantes da Federação de Entidades de Bairros e Favelas de Fortaleza, da Comissão de Juventude, Secretaria de Ciência e Tecnologia e de associações comunitárias de Fortaleza.
O projeto propõe a realização de rodas de conversa abertas ao público, nas primeiras quartas-feiras de cada mês, com o objetivo de aprofundar o conhecimento e a reflexão da sociedade civil, em especial das mulheres, sobre os mais diversos temas.
A iniciativa da Procuradoria Especial da Mulher (PEM) da Assembleia Legislativa teve sua primeira edição em dezembro de 2018 e debateu a violência contra a mulher na internet.
JM/CG