A deputada Rachel Marques ressaltou que o cineteatro faz parte da memória afetiva de todos os cearenses. “Além de ser um importantíssimo patrimônio histórico e cultural do nosso Estado, ele tem também uma relação afetiva com várias gerações que puderam vivenciar a beleza e o encantamento que é estar dentro do Cine São Luiz”, enfatizou. Ela lembrou que o Cine teve sua primeira sessão em 26 de março de 1958, com a exibição do filme “Anastácia, a princesa esquecida”.
Já o vereador Guilherme Sampaio destacou que celebrar os 60 anos do Cine São Luiz é também um ato de resistência. “Celebrarmos esses 60 anos dessa instituição, do nosso cinema, o maior cinema de rua em operação no País; celebrarmos a qualificação e ocupação do Centro de Fortaleza, celebrarmos essa potência, no momento em que as políticas culturais no âmbito do Governo Federal sofrem o baque que sofreram, com a interrupção do processo democrático no País, é também um ato de resistência”, avaliou.
De acordo com o secretário da Cultura do Estado, Fabiano dos Santos, o Cineteatro São Luiz não é apenas lugar de memória, mas também de presente e de futuro. “Esse lugar do futuro nasceu não agora, exatamente. Ele nasce com Luis Severiano Ribeiro, um cearense que sempre esteve à frente do seu tempo. Quando a gente fala que o São Luiz é também um cineteatro de futuro, é porque em seu nascedouro – com empreendedorismo, com inovação – um homem que já nasceu à frente do seu tempo implantou esse sentimento de futuro”, ressaltou.
A diretora do Cineteatro São Luiz, Rachel Gadelha, disse ser uma honra estar à frente e fazer parte da história do Cine São Luiz. “A gente sente também uma imensa alegria de ver o São Luiz hoje vivo, pujante, com um futuro muito próspero”, destacou.
Conforme o curador de cinema do Cineteatro São Luiz, Duarte Dias, o equipamento dá a dimensão da memória de tudo o que foi vivido por grande parte dos cearenses. “De fato, a gente está tratando aqui da cultura do nosso povo. O São Luiz hoje continua sendo um portal para a cultura universal, uma cultura que é feita no âmbito do Brasil e também no Ceará”, pontuou.
Receberam homenagens o presidente do Grupo Severiano Ribeiro, Luiz Severiano Ribeiro Neto; o secretário da Cultura, Fabiano dos Santos; o ex-governador do Estado do Ceará Cid Gomes; o jornalista, memorialista e pesquisador Nirez de Azevedo; o presidente da Academia Fortalezense de Letras e da Academia Cearense de Cinema, Régis Frota; o historiador e pesquisador de cinema e história de Fortaleza Ary Leite; os críticos de cinema José Wilson Baltazar, Pedro Martins Freire e José Augusto Lopes; o projecionista e idealizador do Cine Nazaré, Raimundo Carneiro de Araújo (Seu Vavá), e os cineastas Rosemberg Cariry, Wolney Oliveira e Firmino Holanda.
Foram agraciados com homenagens, ainda, a gerente do cinema Kinoplex do North Shopping, Eva Maria Paiva Lino; o historiador e professor Levi Jucá; o chefe de elétrica e iluminador de cinemas brasileiros Manoel Carlito de Almeida (Senhor Carlito); os ex-funcionários do Grupo Severiano Ribeiro Francisco Sávio Ramos, Maria de Lourdes Cavalcanti Vieira e Francisco de Assis Honorato; a vendedora ambulante na Praça do Ferreira Odília Vidal Santos e o senhor Francisco Laurindo Monteiro (Seu Chinês).
Também foram homenageados, “in memoriam”, o pesquisador e memorialista Christiano Câmara; o cineasta, compositor e escritor Francis Vale e o senhor José Natal Marcelo de Oliveira (Seu Natal).
Falou em nome dos homenageados a ex-funcionária do cine Maria de Lourdes Cavalcanti Vieira. Ela citou sua dedicação ao equipamento cultural onde trabalhou por 43 anos e relatou história vividas no São Luiz. Também se manifestou o memorialista Nirez de Azevedo, que relatou fatos históricos envolvendo a construção do cinema.
Estiveram presentes na solenidade, ainda, o deputado Ferreira Aragão (PDT), representando o ex-governador do estado do Ceará Cid Gomes, e o presidente da Associação Cearense de Imprensa (ACI), Salomão de Castro.
BD/CG