A maioria (73.1%) afirma que percebe, alegando que sempre tenta melhorar, buscando ainda gerar uma autocrítica nas pessoas ao redor. Outros 26.9% negam atitudes racistas.
“No Brasil, persiste um cenário em que o preconceito racial ainda existe, em diversos níveis, e o que é mais grave, o preconceito social”, afirma deputado Heitor Férrer (PSB), ao observar os resultados da enquete da Assembleia.
Para a deputada Rachel Marques (PT), naturalmente, as pessoas têm um comportamento racista, porém, é preciso “melhorar sempre, buscando gerar uma autocrítica e reconhecendo que o racismo precisa ser combatido a todo instante na sociedade brasileira”.
O deputado Moisés Braz (PT) afirma que comportamentos racistas estão presentes no dia a dia. Para o parlamentar, as pessoas precisam ser alertadas para o mal que uma aparente brincadeira ou comentário preconceituoso podem causar. “Somente assim poderemos evoluir enquanto civilização”, acrescenta.
O deputado David Durand (PRB) lamenta que o racismo ainda continue sendo um grave problema na sociedade. “É preciso que todos aprendam a lidar e conviver uns com os outros em paz e harmonia, independente de raça, cor, religião, pensamento ou qualquer outra forma de diferença”, pontua.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará, Deodato Ramalho, observa que o resultado da enquete mostra que o racismo ainda é bastante presente no nosso cotidiano. “Não apenas de maneira velada, mas explicita e de várias formas. São atitudes, piadas de mau gosto, estigmas que devem ser combatidos”, diz.
Na avaliação dele, a discriminação aparece em varias áreas, como no âmbito educacional e profissional, nas quais não se veem as mesmas oportunidades e salários para os negros. “Isso também reflete na criminalização dos negros, pois a maior parte da população carcerária é de jovens negros”, assinala.
LS/AT