Para a maioria dos internautas que votaram (60,5%), a iniciativa é positiva, pois promove ações educativas e de formação, visando alertar e prevenir os acidentes - sobretudo com motociclistas, que respondem por um terço das vítimas de trânsito no Ceará. Outros 34,9% dos internautas acreditam que essa é mais uma campanha sem resultados práticos. Já 4.7% preferem não opinar.

O deputado Roberto Mesquita (PSD) comenta que a campanha serve apenas como uma formalidade para mostrar que o Poder Público está agindo. Ele ressalta que a lei já obriga a implementação de campanhas educativas com os recursos das multas arrecadadas.

Na avaliação dele, “era para todo dia, e em todos os locais, nós vermos campanhas educativas para os motoristas, não só no mês de maio. Como todos sabemos, os fotossensores, os radares, as ‘ratoeiras’ escondidas não funcionam só em maio”, critica.

Já o deputado Ely Aguiar (PSDC) afirma que toda campanha educativa relacionada ao trânsito é relevante. “Agora isso vai depender da consciência de cada um”, assevera. Além disso, o parlamentar defende a inclusão de disciplina sobre legislação de trânsito nas escolas, “para que as pessoas já comecem a ter uma noção, desde pequenas, dos seus deveres com relação ao trânsito”. Para ele, a conscientização da população seria a principal medida para a redução nos índices de acidentes no País. “Acredito que, se houver uma conscientização por parte da população, a tendência é o número de acidentes ser reduzido drasticamente. Só que o Governo só pensa em multar”, lamenta.

O deputado Ferreira Aragão (PDT) também avalia a campanha como válida. “Só se melhora o trânsito com campanha e blitz educativa”, defende. O parlamentar também reforça a tese de que quanto mais cedo houver consciência no trânsito, melhor. “Deveria haver, na sala de aula, campanhas explicativas mostrando o que acontece quando se anda em alta velocidade. Tem que formar motorista desde muito jovem”, solicita. 

A diretora do Departamento de Planejamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/CE), Lorena Moreira, afirma que a campanha é um das inúmeras ações que têm de ser executadas, permanentemente, na área de trânsito e tráfego de veículos. A iniciativa é para que haja, de acordo com ela, uma mudança, em médio e longo prazo, de cultura da sociedade brasileira.

“A mudança de cultura implica também na mudança de comportamento, com base nos princípios e valores fundamentados na coletividade, no respeito ao outro, na consciência de que a via pública é um espaço de todos”, diz.

No caso específico, a campanha Maio Amarelo é realizada anualmente em todo o Brasil, atendendo a uma recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), visando à sensibilização dos moradores das cidades de todos os países do mundo.

“A campanha busca também mobilizar as instituições públicas e privadas, para que se articulem para incentivar os cidadãos aos quais destinam suas ações e programas”, completa.

LS/GS