Você está aqui: Início Últimas Notícias Pacientes apontam dificuldades para ter acesso a novos tratamentos para câncer
Autora da iniciativa, a deputada Fernanda Pessoa (PR) informou que há mais de 10 anos não são ofertados novos tratamentos na rede pública de saúde. A parlamentar destacou também as ações da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres, presidida por ela, que conseguiu arrecadar mais de R$ 640 mil e doou o valor para a realização de biopsias de mama e próstata.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) também participou e elogiou o esforço dos presentes pelo trabalho em prol da vida dos pacientes do Sistema Único de Saúde.
O médico Marcus Gifoni, membro da Câmara Técnica de Oncologia do Conselho Regional de Medicina, explicou que a introdução de novos medicamentos pelo SUS requer um trabalho complexo. Segundo ele, há esforço orçamentário e são cada vez maiores os gastos do SUS com a oncologia, porém eles não têm sido suficientes. "O sistema tem sérias carências de financiamento, e o paciente é vítima de uma grande jornada de sofrimento", ressaltou o médico.
A representante da Rede Mama, Daniele Castelo Branco, ressaltou a desigualdade entre os tratamentos de pacientes particulares e pacientes do SUS. Segundo ela, os planos de saúde têm novos medicamentos que trazem um ganho de sobrevida em torno de 40 meses. Ela afirmou ainda que “39 medicamentos indicados pela Organização Mundial de Saúde não são oferecidos pelo SUS”.
A paciente Adriany da Silva falou sobre as dificuldades que ela e muitos portadores de câncer metastático passam devido à falta de acesso a novos medicamentos. Ela destacou que “até o acesso à informação é difícil, ainda mais para os pacientes do Interior, que, às vezes, viajam horas e, quando chegam, não encontram o medicamento”.
A representante do Conselho Estadual de Saúde, Marlúcia Ramos, confirmou as dificuldades enfrentadas por pacientes do interior do Estado e afirmou que poucos prefeitos têm compromisso com a saúde dessas pessoas.
O médico Luiz Porto, do Comitê Estadual de Controle do Câncer no Ceará, defendeu o desenvolvimento de mais esforços para o diagnóstico precoce, para evitar a metástase e aumentar o índice de cura. Ele explicou ainda que há recursos garantidos para a realização de mamografia para mulheres entre 50 a 69 anos, mas um terço dessas mulheres não faz os exames. “Falta informação e falta melhor acolhimento nos postos de saúde também”, pontuou o médico.
Também participaram da audiência pública representantes da Secretaria Estadual de Saúde, OAB, Instituição de Prevenção do Câncer do Ceará e Defensoria Pública do Estado
JM/CG