O parlamentar explicou que foi procurado por estudantes e instituições com relatos de falta de repasse dos recursos do financiamento às universidades e de dificuldades de renovação e contratação do financiamento pelos estudantes.
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE), Airton de Almeida Oliveira, destacou que muitos problemas no repasse dos recursos aconteceram por causa de um atraso de 100 dias na votação do orçamento do Fies no Congresso Nacional, e que, por isso, o Ministério da Educação estava com dificuldades para cumprir o calendário. O representante do Sinepe ressaltou ainda alguns dados para demonstrar a importância do Fies, como o fato de que cerca de 70% dos beneficiados do Fies são oriundos de escolas públicas e não têm condições de pagar universidade particular; que o Ceará é o segundo maior beneficiado pelo financiamento no Nordeste, com 101 mil contratos; que cada ano cursado em uma universidade aumenta em cerca de 15% a renda do profissional.
Airton de Almeida Oliveira explicou ainda que existe uma demanda de 10 milhões de estudantes que não têm acesso ao financiamento e que, todos os anos, mais de um milhão de estudantes terminam o ensino médio e muitos deles precisam ter acesso ao financiamento para poder fazer um curso universitário.
A diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), Ranyelle Neves, enfatizou que os dados demonstram claramente que as classes mais pobres são as que mais precisam do financiamento estudantil para concluir um curso universitário. Ela destacou ainda que os cortes de recursos e a possível aprovação da PEC 55, que estipula um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, irão ameaçar a permanência de muitas pessoas nas universidades. “O financiamento não é gasto. É um investimento na juventude do Brasil”, ressaltou.
O representante do Banco do Brasil, Paulo Afonso Pena da Silva, explicou que o banco não pode decidir quais estudantes são aptos ao financiamento e que a instituição está fazendo os novos contratos e as renovações estão de acordo com as orientações do Ministério da Educação, que é o gestor do programa.
JM/AP