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Internautas acreditam que impunidade e machismo contribuem para estupros - QR Code Friendly
Segunda, 06 Junho 2016 11:37

Internautas acreditam que impunidade e machismo contribuem para estupros Destaque

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A enquete do Portal da Assembleia Legislativa veiculada entre os dias 30 de maio e seis de junho questionou por que o Brasil ainda registra elevado número de estupro contra mulheres, mesmo o crime sendo qualificado como hediondo. O machismo e a impunidade foram apontados como fatores geradores dessa violência.

Entre os que responderam à enquete, 49.3% concordam que a impunidade e o despreparo dos aparelhos de segurança são fatores importantes para a ocorrência desse tipo de violência. Já 46.5% acharam que o crime é ligado à cultura do machismo, que ainda é muito presente no País, e precisa ser abordado com campanhas que preguem o respeito entre homens e mulheres. Apenas 4.2% não opinaram sobre o assunto.

O deputado Roberto Mesquita (PSD) ressaltou que a cultura machista é a principal causa das ocorrências do crime no Brasil. Segundo o parlamentar, muitos homens ainda acham que as mulheres são inferiores. “A mulher é vista como segunda categoria, e muitos utilizam da força para oprimir a mulher e querer fazer a sua vontade acima de tudo”, apontou.

O deputado João Jaime (DEM) salientou que a maioria dos crimes contra a mulher que são cometidos têm como culpa a cultura machista. Para o parlamentar, o fato de as mulheres, muitas vezes, não denunciarem os crimes, aumentando a impunidade, também é um fator. “Ainda existe uma ideia no País de que o homem é o caçador e a mulher é a presa. Junto a isso, poucos crimes são denunciados ou elucidados, aumentando as probabilidades de o homem sair impune”, frisou.

Já o deputado Heitor Férrer (PSB) afirmou que a certeza da impunidade, por parte do agressor, é a principal causa dos crimes contra mulheres. “No Brasil, a impunidade prevalece. O aparato policial é pouco. Por exemplo, contamos apenas com 2.400 policiais civis, enquanto deveríamos dispor de pelo menos sete mil. Associando a impunidade com a vergonha que a vítima tem de denunciar o crime, temos muitos casos de violência que acabam ficando impunes”, observou.

A defensora pública e vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Ceará, Mônica Barroso, explicou que o mundo foi construído pelos homens e para os homens. Segundo a advogada, desde o começo, as mulheres precisavam ficar em casa cuidando dos filhos, e os homens, que saíam para prover, tornaram-se os “chefes da casa”.

“As mulheres não podiam nem pensar, a única função era casar e ter filhos. Essa cultura de que o homem mandava na casa ainda prevalece em muitos lugares, e muitas pessoas ainda pensam que os valores femininos são menores que os valores masculinos”, ressaltou.

Mônica Barrosos frisou ainda que a identidade da mulher como profissional é recente e precisa ser construída por todas as mulheres juntas. “As mulheres estão aprendendo, mas, ainda somos, com certeza, uma sociedade machista, e o estupro está impregnado na cultura brasileira. Muitos ainda acham que os homens podem tudo e as mulheres devem apenas consentir”, salientou.

GM/CG

Informações adicionais

  • Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
  • E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
  • Twitter: @Assembleia_CE
Lido 1249 vezes Última modificação em Terça, 07 Junho 2016 10:52

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