Você está aqui: Início Últimas Notícias Etnias indígenas do Ceará recebem homenagem da AL nesta quarta
Segundo o parlamentar, a homenagem” é um ato de luta. “Nós compreendemos que estamos vivendo uma crise muito profunda no mundo. O modelo ocidental, capitalista, hiperindividualista, está deixando o planeta doente. Por isso, temos muito o que aprender com as filosofias dos povos indígenas, com um outro jeito de viver o mundo e a natureza”, destacou. Ele também criticou o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 215, que altera as regras para a demarcação de terras indígenas.
Weibe Tapeba, da Coordenação das Organizações e Povos Indígenas do Ceará (Copice), lembrou, durante a solenidade, do Relatório Provincial de 1863, que afirmava não existir índios no Estado. Ele também criticou as 23 terras indígenas cearenses, afirmando que são “verdadeiros guetos”, muitas das quais não demarcadas.
“Estamos hoje reescrevendo um novo capítulo da história do Ceará. Aquele relatório (de 1863) é mentiroso. Estamos aqui para mostrar a verdadeira história do povo cearense, que se deu pela história do povo indígena. Sempre que eu venho a este Plenário, faço questão de usar a tribuna para mostrar que não é só deputado que é legítimo para falar em nome do povo”, disse
Segundo o cacique Antônio, dos Anacés, a solenidade da Assembleia é muito importante enquanto reconhecimento para os povos. “Para mim e para os outros, é uma honra receber essa homenagem, mas seria muito mais importante receber outra, que será a nossa terra demarcada, e vocês tem condições de lutar”, afirmou.
Durante a sessão solene, foram homenageados, com placas comemorativas, os representantes dos povos indígenas: Anacé; Kalabaça; Kanindé; Kariri; Gavião; Jenipapo-Kanindé; Pitaguary; Potyguara; Tabajara; Tabepa; Tapuya-Kariri; Tubiba-Tapuya; Tupinambá; Tremembé.
O evento contou com a apresentação da cantora e atriz Marta Aurélia e finalizou com a dança do toré, de um dos grupos participantes.
Compuseram a mesa Maria Amélia Leite, missionária e militante da causa indígena; Gustavo Ferreira, da Fundação Nacional do Índio (Funai); Patrick Oliveira, da Associação para Desenvolvimento Local co-produzido (Adelco); e Lucas Guerra, do Centro de Defesa e Produção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza (CDPH).
GR/AP