Você está aqui: Início Últimas Notícias Audiência sugere a criação de um protocolo de atendimento às vítimas de violência sexual
Também ficou como encaminhamento cobrar uma avaliação dos impactos do empreendimento do Porto do Pecém em relação aos casos de exploração e abuso sexual; monitoramento do Segundo Plano Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual; a permanência da Delegacia de Combate à Exploração de Crianças e Adolescentes (Dececa) no mesmo prédio e a ampliação do plantão; medidas judiciais quando não houver a execução do orçamento previsto para o combate à violência sexual; e realização de uma audiência pública para discutir aumento de casos de HIV entre jovens.
Para a representante da ONG Barraca da Amizade, Brigitte Louchez, os municípios de Caucaia e São Gonçalo estão sendo muito impactados. “As comunidades relatam vários casos, mas nem sempre denunciam por falta de apoio ou por desconhecimento”, acrescentou. Brigitte Louchez criticou a escassez de registros no Sistema de Informações para a Infância e a Adolescência (Sipia), que é um sistema nacional de informações sobre a garantia e defesa dos direitos de criança e do adolescente, que é operado pelos conselhos tutelares.
A conselheira tutelar, Stela Fernandes, esclareceu que não está sendo possível fazer os registros no Sipia porque não houve o cadastramento de senhas, para que os conselheiros tutelares possam registrar os dados sobre as denúncias. Ela explicou também que não foi oferecido ainda o curso de formação para os servidores aprenderem a usar o Sipia, mas o trabalho dos conselhos tutelares continua sendo feito, mesmo sem o registro dos dados no sistema nacional.
A representante do Fórum Cearense de Mulheres, Lila Bezerra, enfatizou que a exploração e o abuso de crianças e adolescentes reflete preconceitos históricos, principalmente o machismo, o racismo e homofobia. “Se não houver políticas para combater o problema o Estado estará sendo conivente”, frisou.
Para a integrante do Núcleo Cearense de Estudos e Pesquisas sobre a Criança (Nucepec/UFC), Ângela Pinheiro, o maior empecilho para punição é a conivência e o jogo de interesses, pois há casos em que os envolvidos são identificados e permanecem impunes.
Também estiveram presentes à audiência o promotor de justiça de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, Ronald Fontele; promotor de justiça de Caucaia, Élder Ximenes; a representante da ONG Ecpat Brasil; Lídia Rodrigues; e do Fórum DCA, Ramosn Anselmo.
JM/AP